quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Golpismo e tecnologia

Tecnologia - É inegável o avanço da tecnologia, e isto é inevitável. A proliferação de aparelhos eletrônicos e de atitudes virtuais, no entanto, pode contribuir para a secundarização de ações diretas e presenciais, raciocínio que pode ser aplicado tanto para um abraço ou cumprimento pessoal, como para uma manifestação pública. Sou frequentador assíduo da blogosfera, e me sinto bem em apresentar minhas reflexões no espaço virtual. Mas confesso que sinto falta de estar presente em reuniões produtivas (e cansativas), onde se praticava o convencimento, se exercitava o argumento e se preparava a mobilização contra o governo e contra o capitalismo. Não sofro do mal chamado de tecnofobia (medo do avanço da tecnologia) mas penso que as ações diretas presenciais são insubstituíveis.

Transporte - O prefeito paulistano, eleito em 2016, pretende tirar de circulação os coletivos que fazem a ligação dos bairros mais distantes com a área central da maior cidade do país. A ideia do gestor é limitar os itinerários aos terminais de ônibus, onde seria possível o embarque para o centro da cidade. A medida se encontra em fase de consulta pública, mas é evidente que o processo aparentemente democrático é uma mera formalidade pra que se diga, posteriormente, que a população foi consultada. Como contrapartida à iniciativa do prefeito tucano, circula na internet uma petição pública contrária à medida. O abaixo assinado virtual pretende demonstrar que há um descontentamento da população em relação à ideia do prefeito gestor. A assinatura de uma quantidade grande pessoas é muito importante. Quem quiser aderir é só clicar no link http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR104383. Não sou pessoalmente contrário a essa mobilização virtual, tanto que já assinei o abaixo assinado, mas considero a iniciativa insuficiente para barrar a implantação da medida. Para que aconteça um recuo do prefeito gestor, será necessário associar a mobilização virtual com a realização de manifestações públicas que expressem, ao vivo e a cores, o descontentamento da população com a intenção do prefeito tucano.

Educação - O governo sem voto divulgou, com insistência, números de uma consulta pública sobre educação básica, supostamente realizada recentemente. Segundo a propaganda oficial, "mais de setenta por cento da população aprova as mudanças na educação". Na prática, no entanto, a mudança significou a eliminação de salas de aula em todo o país, com a dispensa de educadores e funcionários do setor, e a diminuição da qualidade do ensino. Professores e servidores públicos da educação pertencem a categorias profissionais organizadas e permanentemente mobilizadas em defesa de seus interesses e reivindicações. Ainda assim, o governo sem voto, com o apoio do golpismo, vem conseguindo implantar um sistema educacional que, no futuro, pode produzir cidadãos e cidadãs sem formação suficiente para questionar a organização da sociedade capitalista, e somente preparados para atender as demandas do sistema. 

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