quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

A luta pelo socialismo

Desigualdade - Não é incomum a impressão de que as inovações caminham, muito rapidamente, para transformar o mundo em um local em que as facilidades proporcionadas pela tecnologia tornem a sobrevivência moderna mais digna para todas as pessoas. O problema é que esses avanços não são distribuídos igualmente entre as pessoas, e uma minoria tem se apoderado disso em benefício pessoal. O enriquecimento individual é responsável direto pelo aumento da miséria. Os muito ricos são cada vez em número menor, enquanto que os mais pobres formam uma maioria cada vez mais significativa.

Exploração - No início dos anos 90 do século passado, participei de reuniões das Câmaras Setoriais realizadas em Brasília. A então ministra Dorotheia Werneck, titular do ministério do Indústria e Comércio, em nome do governo federal, então comandado por Itamar Franco, conduziu debates que pretenderam legitimar os avanços empresariais contra os direitos dos trabalhadores. Para os patrões, a tecnologia só teria serventia se viabilizasse a intenção empresarial de "poupar mão de obra". Para os trabalhadores a prioridade deveria ser a de eliminar "tarefas perigosas e insalubres" do processo de produção. Nos retiramos dos debates e, com isso, perdemos aquela batalha. Seria impossível vencer. O interesses empresariais estavam representados por eles mesmos e pelo governo federal da época. Se ficássemos, teríamos legitimado a superexploração da mão de obra e a legalização de exércitos de reserva, que diminuem os níveis salariais e que possibilitam, hoje, que a unidade de São Bernardo de uma empresa do porte da wolkswagen (que já funcionou com mais de 40 mil trabalhadores), aumente o nível de produção com o emprego de pouco mais de 15 mil operários.
Socialismo - Sou capaz de compreender o posicionamento político dos militantes de esquerda que discordam do presidente Lula e que pretendem manter distância do projeto eleitoral lulista para outubro de 2018. Eu mesmo tenho dúvidas em relação ao posicionamento ideológico dele. O presidente Lula, no entanto, representa, hoje, tudo o que lutamos durante os últimos anos. A acumulação ideológica e política, obtida nas greves e mobilizações, se transformou no PT e na candidatura presidencial que lidera todas as pesquisas de opinião. Neste momento da luta de classes, ele representa tudo o que avançamos até aqui, e é a esperança de aprofundamento das mudanças. A transformação plena e total da sociedade capitalista, com a implantação do socialismo, será conquistada através de muitas lutas, e o momento institucional vivido neste momento da conjuntura brasileira, é parte da trajetória que nos conduzirá a um mundo mais justo e mais humano. 

Golpismo e tecnologia

Tecnologia - É inegável o avanço da tecnologia, e isto é inevitável. A proliferação de aparelhos eletrônicos e de atitudes virtuais, no entanto, pode contribuir para a secundarização de ações diretas e presenciais, raciocínio que pode ser aplicado tanto para um abraço ou cumprimento pessoal, como para uma manifestação pública. Sou frequentador assíduo da blogosfera, e me sinto bem em apresentar minhas reflexões no espaço virtual. Mas confesso que sinto falta de estar presente em reuniões produtivas (e cansativas), onde se praticava o convencimento, se exercitava o argumento e se preparava a mobilização contra o governo e contra o capitalismo. Não sofro do mal chamado de tecnofobia (medo do avanço da tecnologia) mas penso que as ações diretas presenciais são insubstituíveis.

Transporte - O prefeito paulistano, eleito em 2016, pretende tirar de circulação os coletivos que fazem a ligação dos bairros mais distantes com a área central da maior cidade do país. A ideia do gestor é limitar os itinerários aos terminais de ônibus, onde seria possível o embarque para o centro da cidade. A medida se encontra em fase de consulta pública, mas é evidente que o processo aparentemente democrático é uma mera formalidade pra que se diga, posteriormente, que a população foi consultada. Como contrapartida à iniciativa do prefeito tucano, circula na internet uma petição pública contrária à medida. O abaixo assinado virtual pretende demonstrar que há um descontentamento da população em relação à ideia do prefeito gestor. A assinatura de uma quantidade grande pessoas é muito importante. Quem quiser aderir é só clicar no link http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR104383. Não sou pessoalmente contrário a essa mobilização virtual, tanto que já assinei o abaixo assinado, mas considero a iniciativa insuficiente para barrar a implantação da medida. Para que aconteça um recuo do prefeito gestor, será necessário associar a mobilização virtual com a realização de manifestações públicas que expressem, ao vivo e a cores, o descontentamento da população com a intenção do prefeito tucano.

Educação - O governo sem voto divulgou, com insistência, números de uma consulta pública sobre educação básica, supostamente realizada recentemente. Segundo a propaganda oficial, "mais de setenta por cento da população aprova as mudanças na educação". Na prática, no entanto, a mudança significou a eliminação de salas de aula em todo o país, com a dispensa de educadores e funcionários do setor, e a diminuição da qualidade do ensino. Professores e servidores públicos da educação pertencem a categorias profissionais organizadas e permanentemente mobilizadas em defesa de seus interesses e reivindicações. Ainda assim, o governo sem voto, com o apoio do golpismo, vem conseguindo implantar um sistema educacional que, no futuro, pode produzir cidadãos e cidadãs sem formação suficiente para questionar a organização da sociedade capitalista, e somente preparados para atender as demandas do sistema. 

O futebol e a defesa da vida

Espetáculos - Sempre gostei de ir a estádios de futebol. As torcidas sempre me fascinaram. Mais do que as disputas das partidas, as cenas d...