domingo, 27 de agosto de 2017

Derrotas e naufrágios

Derrotas - Ter sofrido duas derrotas em casa não chega perto do jejum de títulos que acometeu o Corinthians por mais de duas décadas. Cresci ouvindo gozações de amigos e vizinhos, torcedores de outros times, durante um período em que o time não ganhava nem campeonato de par ou ímpar. Permaneci torcedor do Corinthians e pude ver meu time ser campeão somente em 1977, quando já tinha dezessete anos.

Mercantilização - Os valores envolvidos no esporte mais popular do país estão aviltados. O time que lidera o campeonato brasileiro não tem o elenco mais caro do torneio, mas conta com uma valorização que seria impensável em outros tempos. Deve negociar seus atletas, no final do campeonato, por valores muito maiores do que eles valeriam hoje. A paixão pelo futebol, no entanto, continua presente. As derrotas do virtual campeão brasileiro de 2017, especialmente por terem ocorrido contra times modestos, destacam que o dinheiro pode não ser suficiente para comprar a dedicação e o afinco de atletas profissionais.

Naufrágios - A quantidade de mortos pode passar de cinquenta em dois naufrágios ocorridos nesta semana no Pará e na Bahia. Os episódios revelam a precariedade do transporte náutico, sempre sujeito a ocorrências fatais, mas evidenciam, sobretudo, que o perigo se origina da ganância pela lucratividade dos negócios. As duas embarcações não tinham condições seguras para o transporte de passageiros. Num momento em que a mídia tradicional divulga casos escabrosos de pagamento de propina, parece claro que as operações navais que resultaram nas tragédias só foram possíveis por que os proprietários das embarcações subornaram a fiscalização para realizar o serviço sem as condições ideais. Na origem das mortes podem estar inúmeros casos de corrupção. 

O futebol e a defesa da vida

Espetáculos - Sempre gostei de ir a estádios de futebol. As torcidas sempre me fascinaram. Mais do que as disputas das partidas, as cenas d...