quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Exageros, omissões e polarizações

Crime - O flagrante delito do "coiso", que se apropriou de gravações que podem incriminá-lo, pode não ser suficiente para derrubá-lo. Tudo leva a crer que o episódio será substituído por outro, e tudo pode continuar do mesmo jeito. A chegada do fascismo ao governo federal acabou por legitimar esse tipo de atitude criminosa e, se não houver uma mobilização muito forte e vigorosa, tudo indica que isso vai continuar.

Mídia - O silêncio da mídia tradicional em relação ao comprometimento de autoridades federais com milicianos e outros criminosos pode ser entendido como indício de que, para os grandes veículos de comunicação, os crimes do "coiso" são pouco relevantes, uma vez que medidas de interesse do golpismo (como corte nos gastos públicos, supressão de direitos trabalhistas e reforma da previdência), estão sendo aprovadas sem maiores dificuldades.

Golpismo - O comportamento um tanto exagerado do "coiso", por outro lado, pode estar escondendo um aspecto perigoso do golpismo. Se as medidas ultra-liberais não forem revogadas, a cassação do mandato do presidente fascista, que parece iminente, pode legitimar projetos de interesse das classes dominantes.

Manifestações - As manifestações iniciadas em 2013 tiveram, como estopim, um reajuste nas tarifas do transporte público, mas cumpriram o papel de abrir caminho para o golpismo. A esquerda não disputou a direção daquelas mobilizações e, posteriormente, o ódio antipetista tomou conta das ruas e das redes sociais.

Colaboração - Os protestos foram usados para que fosse decretado o impedimento da presidenta Dilma, a prisão injusta do presidente Lula e a eleição do "coiso". Seria muito injusto atribuir a agrupamentos da esquerda o rumo que a coisa tomou, mas é inegável que alguns posicionamentos, como a exigência de que partidos políticos não se apresentassem explicitamente (dirigida ao PT), foi utilizada pelo conservadorismo, para impor conteúdo golpista aos protestos.

Lula livre - Não é sensato que repitamos o mesmo comportamento que abriu caminho para o golpe. Como integrantes do Partido dos Trabalhadores, vamos disputar a direção das manifestações e, em todos os momentos, estaremos identificados com a luta pela libertação do presidente Lula.

Anti-capitalistas - Repetir o mesmo comportamento de 2013 pode nos conduzir a aceitar a hegemonia de grupos que, mesmo discordando do "coiso", pretendem a perpetuação de um modelo de sociedade que continue produzindo miséria e exclusão social. 

Polarização - A eleição do "coiso" reforçou uma polarização que já existia na sociedade. O discurso violento contra ideias civilizatórias pode fazer ressurgir, do outro lado, uma reafirmação de demandas que vinham sendo atendidas pelos governos democráticos e populares do presidente Lula e da presidenta Dilma. Os próximos enfrentamentos eleitorais terão os dois lados na disputa, e quem tentar contemporizar a polarização, aparentando neutralidade, não terá sucesso.  

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