domingo, 15 de julho de 2018

Luta ideológica e defesa da democracia

Eleição - Um pedido do Movimento Brasil Livre (MBL) ao Tribunal Superior Eleitoral, se atendido, pode decretar, judicialmente, a inelegibilidade do presidente Lula, antes mesmo que ele seja inscrito como candidato. O grupo pede ainda que ele seja impedido de praticar atos de campanha e de ser citado em pesquisas eleitorais. A tentativa do MBL faz parte da ofensiva do golpismo, e pretende afastar o presidente Lula da eleição de outubro.

Hegemonia - O MBL foi um dos incentivadores do golpe de 2016. O pequeno grupo hegemonizou as mobilizações de 2013, conseguindo influenciar parte da opinião pública contra o PT, e contra a esquerda. O grupo sempre foi financiado por figuras públicas e partidos políticos da política tradicional, e isto contribuiu para potencializar a atuação do MBL no espaço institucional. Em São Paulo, por exemplo, o grupo é um dos aliados de primeira hora de administrações e governos do PSDB.

Disputa - As diferenças entre esquerda e direita, no Brasil e no mundo, vem de muito longe, na história. A militância socialista e libertária sempre foi enfrentada por defensores de ideias conservadoras. Em nosso país, no período da redemocratização, as celebrações do Primeiro de Maio, na Praça da Sé, eram frequentemente interrompidas pela presença de seguidores da ideologia de Plínio Salgado, que atacavam os militantes sindicais, com o objetivo (nunca alcançado) de inviabilizar os atos públicos.

Legalidade - No passado mais remoto, os anticomunistas são responsáveis por boatos (nunca confirmados) que legitimaram, na opinião pública, a longa ilegalidade do PCB. Não é incomum, até hoje, que os comunistas sejam acusados de "comedores de criancinhas". A guerra fria potencializou o papel dos anticomunistas na política brasileira. Nacionalistas de diversas correntes políticas sempre acusaram os comunistas de tentarem implantar aqui um regime importado de país estrangeiro. A acusação está na origem da mudança de nome do PCB que, por causa das acusações, deixou de se chamar Partido Comunista do Brasil e, de olho na legalização, passou a se chamar Partido Comunista Brasileiro.

Cuba - As referências negativas do conservadorismo em relação ao PT se concentraram, nos últimos tempos, a nos mandar "para Cuba", uma forma de reforçar o preconceito contra os petistas e de atacar a experiência do governo cubano, exitosa no combate de doenças, no enfrentamento da pobreza e nos cuidados com as crianças.   

Atualização - O MBL é a versão mais atualizada do anticomunismo histórico, e procura, por todos os meios, combater as ideias socialistas e libertárias. Nessa tarefa, o grupo conta com o apoio da mídia tradicional e de uma bancada parlamentar majoritariamente conservadora. No parlamento, eles se organizam conforme interesses corporativos (ruralistas, evangélicos, bancada da bala, etc) mas todos têm, em comum (entre si e com o MBL), o antipetismo que viabilizou o golpe de 2016, que busca implantar medidas supressivas de direitos e que pretende inviabilizar a participação do presidente Lula nas eleições de outubro.

Resistências - A atuação do conservadorismo, todavia, nunca ocorreu sem resistência. O anticomunismo de outros tempos foi combatido pela afirmação de ideias socialistas e libertárias. O antipetismo do tempo presente deve ser enfrentado, em todos os momentos, com a defesa dos interesses dos trabalhadores e da maioria da população e com a defesa intransigente da candidatura do presidente Lula. A resistência ativa e militante, que sempre foi uma marca importante da luta ideológica da esquerda, deve assumir caráter permanente no enfrentamento do golpe mais recente e na luta pela democracia.

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