sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Democracia e projetos para o país

Exclusão - O processo eleitoral brasileiro é responsável pela exclusão (ou sub-representação) de setores importantes da população. As mulheres, mesmo sendo mais da metade da população, têm uma representação de cerca de 10%  no parlamento. Os índios, legítimos donos da terra brasileira, ao longo da nossa história, tiveram somente um parlamentar eleito, o então cacique Mario Juruna, que foi deputado federal pelo PDT.  

Poder econômico - Outro aspecto danoso da democracia representativa brasileira se refere ao domínio do poder econômico. Entre os parlamentares existem inúmeros empresários (ou representantes deles), e a presença de trabalhadores é muito pequena. O resultado disso é que, em votações importantes, como a da supressão dos direitos trabalhistas ou do pacote do veneno, o resultado é sempre favorável aos interesses empresariais.

Projetos -  A disputa eleitoral privilegia a fulanização e secundariza o debate sobre projetos para o país. Parte considerável dos partidos políticos funciona, quase que exclusivamente, como legenda de aluguel, e cumpre o papel de viabilizar a participação eleitoral de pessoas sem posicionamento ideológico declarado.

Ideologia - A falta de posicionamento ideológico, no entanto, nunca inviabilizou o alinhamento político com os interesses das classes dominantes. Na votação do impeachment, por exemplo, a maioria dos parlamentares que votaram contra a presidenta Dilma Roussef pertence a pequenos partidos que, isoladamente, contam com poucos parlamentares, mas que, alinhados com o objetivo imediato das elites, possibilitaram que o golpe obtivesse apoio parlamentar.

Discrepância - Partido político com capilaridade suficiente para estar presente em todos os lugares, o PT também colhe os frutos do trabalho cotidiano de mulheres e homens que, nos sindicatos de trabalhadores e nos movimentos sociais populares, trabalham pelo fortalecimento da legenda. A representação parlamentar do PT, no entanto, não corresponde aos números das pesquisas. O levantamento estatístico mais recente aponta que o PT é o preferido de 29% da população, mas a quantidade de deputados do partido é de pouco mais de 10% das cadeiras. 

Democracia - O cenário atual, desgraçadamente, dificulta a implantação de reformas mais profundas. É previsível a vitória eleitoral de Fernando Haddad, mas é improvável que ele tenha maioria parlamentar para revogar medidas do golpismo e para governar para a maioria da população. Parece difícil a eleição de uma bancada numerosa de deputados federais e de uma grande quantidade de senadores, que apoiem os projetos do PT para o país. Diante desse impasse, a única saída será a mobilização permanente, capaz de tornar prática a certeza de que "a luta faz a lei".

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