Dominação - A Copa do Mundo de Futebol se encerra no próximo final de semana, e é mais uma demonstração de que o poder econômico domina a competição. O esporte mais popular do planeta se transformou em um negócio como outro qualquer, e os times classificados, em sua maioria, representam países que, em diversas épocas, exerceram dominação territorial sobre povos da Africa.
Colonialismo - A marca mais importante de países presentes nas semifinais é a dominação territorial. A Bélgica ocupou o Congo, que já foi conhecido como Congo Belga, e dizimou parte da população congolesa; a Inglaterra tem uma vasta história de dominação pelo mundo inteiro, mas um dos exemplos da colonização britânica é a Nigéria; e a França exerceu, durante muito tempo, dominação violenta sobre países do norte da Africa (como Tunísia e Argélia).
Exceção - O time da Croácia, única exceção entre os semifinalistas da Copa do Mundo de Futebol, também representa um dos países mais novos do planeta. Nascido da cisão da Iugoslávia (em 1991), diferentemente dos outros semifinalistas, o país sempre foi objeto da dominação territorial de potências econômicas e militares, mas isso não impediu que a população local se desenvolvesse como nação e que se tornasse uma das forças mais importantes do futebol internacional.

Torcida - Se a regra para torcer por algum time entre os semifinalistas fosse o não colonialismo, eu vestiria a camisa quadriculada da Croácia, mas vou torcer para a França, apesar do seu histórico de dominação e colonialismo. Pesa na minha decisão a simpatia ao país que, eu considero, hoje, um dos mais democráticos do mundo. O gesto de um dos craques do time francês, ao exibir o mesmo símbolo que usamos no movimento "Lula livre", me ajudou a resolver. Pode ser que o gesto que ele fez não tenha nada a ver com as minhas convicções políticas, mas ele vai ajudar, mesmo sem saber, que o nosso símbolo percorra o mundo.