segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Luta democrática

38 anos - Neste último sábado, dia 10 de fevereiro, o Partido dos Trabalhadores completou mais um aniversário de fundação. A assembleia oficializou a existência do PT reuniu militantes de organizações de esquerda que participaram da resistência ao autoritarismo, dirigentes e militantes de sindicatos de trabalhadores e de movimentos sociais populares. As conquistas dos anos anteriores ganharam o reforço de uma agremiação partidária, que teria a tarefa de representar os interesses e as demandas populares no espaço institucional.  A conquista da democracia política (com o restabelecimento das eleições diretas em todos os níveis), a redução da jornada de trabalho para 44 horas semanais e a construção de organizações nos locais de trabalho são alguns dos exemplos da acumulação construída pelos movimentos sociais populares no último período da ditadura. A fundação do PT buscou organizar politicamente os trabalhadores e, ao mesmo tempo, teve o objetivo de transformar essas conquistas em leis que passaram a fazer parte de nosso cotidiano, avanços que o golpismo pretendeu eliminar.

Golpe nunca mais - O esforço para defender a institucionalização das conquistas significou o fortalecimento do PT e contribuiu, em 2002, para a condução do primeiro operário à presidência da república. Defendida pelo presidente Lula, a ideia essencial do governo democrático e popular foi a de, mesmo reconhecendo a existência da dívida pública, evitar que ela seja paga com o suor e o sangue do povo brasileiro. É óbvio que as elites do país nunca aprovaram a proposta petista, e sempre buscaram inviabilizar a governabilidade dos mandatos do presidente Lula e da presidenta Dilma Roussef. Os ataques ao PT não foram poucos, até que os golpistas chegassem, em agosto de 2016, ao processo que resultaria na condução de um presidente sem voto ao poder e à implantação de políticas públicas de supressão de direitos e de eliminação dos avanços e conquistas dos últimos anos.  

Resistência - Os ataques ao PT não se encerraram com o golpe de agosto de 2016. A seletividade da mídia tradicional reforçou o objetivo golpista de afastar o presidente Lula da disputa eleitoral de 2018. Em contrapartida a essa ofensiva golpista, os movimentos sociais populares inauguraram comitês "Comitês em defesa da democracia e do direito de Lula ser candidato". As iniciativas, ainda que restritas ao espaço institucional e ao calendário eleitoral, são responsáveis pela mobilização dos mesmos atores que lideraram o enfrentamento contra os interesses das classes dominantes.

Carnaval - Os festejos de fevereiro sempre tiveram, como componente importante, o protesto contra governos e administrações. A realidade de 2018 facilitou a tarefa de disseminação do protesto. No Rio de Janeiro, uma escola de samba (a Mangueira) desaprovou o corte de verbas da prefeitura para a festa popular. Também na capital fluminense, outra escola de samba (a Acadêmicos do Tuiuti) protestou contra o governo federal, apresentando o presidente sem voto (no alto de um carro alegórico, caracterizado como vampiro), protestando contra a política supressiva de direitos (como o fim do registro na carteira profissional) e apresentando uma realidade que amplifica a escravidão de seres humanos (mesmo mais de um século depois da abolição da escravatura). O sucesso de protestos registrados nesse período costumam ficar restritos ao Carnaval. Desta vez as coisas podem ocorrer de modo diferente, principalmente por que o prefeito do Rio de Janeiro é desaprovado pela maioria da população e o governo golpista não é defendido abertamente nem pelos mais ferrenhos antipetistas. 

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