sábado, 9 de janeiro de 2021

O poder do dinheiro

Falsidade - Há uma visão sobre o poder judiciário que, na minha opinião, exagera na neutralidade em nome de um suposto fortalecimento da democracia. Vivemos uma situação muito perigosa para assistir cenas truculentas contra adversários e inimigos sem imaginar que os mesmos métodos serão utilizados contra a esquerda. O drama desse tipo de atitude é que ela iguala a esquerda com os outros, e todos nós sabemos que as coisas, no capitalismo, não acontecem assim. Enquanto os nossos são perseguidos implacavelmente e condenados sem provas, os outros compram sentenças favoráveis e se mantém em liberdade. O poder econômico manda no judiciário.

Comunicações - No setor de comunicação acontece um fenômeno muito semelhante. A defesa genérica da liberdade de expressão serve para legitimar atitudes excludentes e racistas da mídia tradicional. O noticiário privilegia fatos negativos envolvendo pobres e pretos, legitimando a violência policial nas periferias; notícias envolvendo mulheres e homossexuais são apresentadas com parcialidade, induzindo o reforço do preconceito existente na sociedade; e fatos absurdos são noticiados com normalidade, fazendo com com que a insanidade de ações como a que ocorreu no parlamente norte-americano nesta semana, sejam enxergadas pela opinião pública como fato corriqueiro.

Democracia - Já tive a ilusão de viver em um mundo onde o poder judiciário e a imprensa agissem com bom senso. O passar do tempo me ajudou a enxergar que o poder econômico influencia os tribunais e os veículos de comunicação, de modo a favorecer a classe dominante. A mesma "força da grana que ergue e destrói coisas belas" também serve para comprar sentenças, reportagens e artigos, sempre de acordo com os interesses dos donos do dinheiro. O poder econômico, no capitalismo, é superior a qualquer tentativa de bom senso.

Despedida - Neste sábado Fernando Haddad se despediu do jornal Folha de São Paulo, com um texto onde afirma que "a Folha. em lugar de discutir ideias, prefere agredir pessoas de forma estúpida". A agressão foi desferida contra ele, através de editorial que especulou que Haddad estaria se insinuando como candidato a presidente da república, quando, na verdade, ele sempre afirmou a precedência do presidente Lula na disputa eleitoral presidencial. A violência, no entanto, não foi somente contra Fernando Haddad, mas contra todas as pessoas que constroem o PT e contra quem participa do esforço de construção de uma alternativa contra o fascismo e contra a exclusão social.

O futebol e a defesa da vida

Espetáculos - Sempre gostei de ir a estádios de futebol. As torcidas sempre me fascinaram. Mais do que as disputas das partidas, as cenas d...