sábado, 11 de maio de 2019

Heróis, heroínas e oportunismos.

Cerimônia - Na última segunda feira, no Rio de Janeiro, aconteceu uma cerimônia que eu tenho o orgulho de ter ocorrido no meu tempo. Perdemos, na semana passada, a cantora Beth Carvalho, e ela ganhou, sete dias depois da sua partida, uma homenagem que é digna de registro. No lugar de uma missa de sétimo dia, sambistas e companheiros da cantora realizaram, no Circo Voador, o "samba de sétimo dia", em memória da sambista.

Registro I - Participei, nesta semana, do lançamento do livro "Um bispo contra todas as cercas", de autoria da jornalista e escritora Ana Helena Tavares, que tem a intenção de contar a história de vida de Pedro Casaldáliga, o bispo dos pobres e oprimidos da prelazia de São Felix do Araguaia. Ao cumprimentar a Ana, ela me agradeceu por aproximá-la de Dom Valdir Calheiros (bispo emérito de Volta Redonda), e me contou que foi através dele que ela iniciou o caminho que a conduziria a Pedro Casaldáliga.

Registro II - Agradeço à Ana Helena pela lembrança, mas acho que é muito importante que o trabalho dela se espalhe pelo país, para que possamos evitar que, no futuro, os heróis do presente a serem estudados nas escolas, não sejam mais os ungidos pelas elites brasileiras, mas que sejam, prioritariamente, os que são adorados pelo povo, como é o caso de Pedro Casaldáliga.

Registro III - Jornalistas e escritores de tempos passados não registraram histórias como a de Pedro Casaldáliga e, se o fizeram, os escritos se perderam. Como resultado disso, desgraçadamente, os heróis reconhecidos pelos livros de história são assassinos que se tornaram heróis por interferência direta das elites. A única (e honrosa) exceção é Zumbi dos Palmares, herói da liberdade e representante das classes populares na luta pelo fim da escravidão. Esperemos que, no futuro, figuras como Beth Carvalho e Pedro Casaldáliga sejam lembrados como heróis e referências positivas para os protagonistas do futuro.

Oportunismo I - É revoltante o uso de problemas pessoais e psicológicos, por parte de religiosos inescrupulosos. Sempre tive essa impressão, mas, recentemente, a situação se agravou. Com o intuito de convencer as pessoas sobre projetos políticos difíceis de serem defendidos, padres e pastores se utilizam da sua autoridade religiosa para defender o conformismo e a subserviência e, também, para defender candidaturas e projetos que representam o contrário da solidariedade e generosidade defendidas por Jesus Cristo.

Oportunismo II - Alguns dos defensores do "coiso" fizeram campanha para ele usando esse artifício. Não há como negar o êxito da empreitada. Muitos dos eleitores do "coiso" foram convencidos por religiosos. A fragilidade psicológica se tornou alvo fácil para o oportunismo, que esconde programas e projetos, e apresenta possibilidades inexequíveis, travestidas de candidaturas como a do atual presidente do país. 

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