sábado, 31 de março de 2018

Golpismo e autoritarismo

Processo legal - A prisão de amigos do presidente ilegítimo é mais um indício do envolvimento dele com corrupção. As ações da Polícia Federal também comprovam a existência de esquemas de favorecimento dos poderes públicos em favor de empresas privadas, desde muito tempo. As relações entre poderes públicos e empresas particulares não foram inventadas pelo presidente Lula ou pelo PT. A imagem distorcida da história brasileira serviu, durante os últimos anos, para a seletividade midiática contra o PT, e para a punição judicial de integrantes do nosso partido. A condenação antecipada de Michel Temer, no entanto, não deve ser defendida, pois isto pode reforçar a ideia de secundarização do devido processo legal e a judicialização do processo político, uma proposta clara de todas as suas variações do golpismo.

Punição individual -  Os grandes veículos de comunicação insistem em exibir cenas humilhantes de Paulo Maluf, como  forma de reforçar o senso comum sobre a punibilidade individual. Não se trata de defendê-lo. Não há qualquer possibilidade de identificação política com as ideias que ele sempre defendeu. Se lembrarmos bem, o discurso que lhe deu notoriedade (e votos) estava baseado em ideias muito semelhantes às que, hoje, são defendidos por Jair Bolsonaro. Em uma disputa eleitoral da qual não me lembro a data, ele instalou, na Praça da Sé, no centro da cidade de São Paulo, uma cela com atores presos, representando bandidos perigosos. Ele é um corrupto conhecido, e seu nome se transformou em sinônimo de ladroagem, mas não existe justificativa para a exposição pública de situações humilhantes. É desumano assistir, no horário nobre da televisão, cenas de um octogenário doente sendo transportado por agentes policiais, mesmo que ele seja Paulo Maluf. 

Contradição perigosa - As prisões de amigos do presidente ilegítimo e a exposição humilhante de Paulo Maluf sinalizam uma contradição grave do golpismo. Ao mesmo tempo que reforçam um movimento de desmoralização de Temer, potencializando uma candidatura de direita, os grandes veículos de comunicação também apresentam, como espetáculo, o castigo de Paulo Maluf, defensor das mesmas ideias da candidatura de direita capaz de enfrentar o PT nas urnas. A contradição do golpismo pode ser originada da dificuldade de construir uma candidatura antipetista, viável eleitoralmente, o que pode contribuir para o reforço deliberado de alternativas muito mais ousadas, como a instalação de um governo abertamente autoritário. 

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