quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Poder econômico e resistência popular

Democracia - Chico Buarque de Hollanda, em 1982, apoiou Franco Montoro, e utilizou a justificativa de que era preciso apoiar a oposição que podia vencer. Montoro virou governador, e teve que autorizar a utilização  do "cassetete democrático" para conter movimentos sociais populares que teimavam em enfrentar a política econômica que, já naquela época, era contrária aos interesses dos trabalhadores. Na época ainda não havia segundo turno, mas o crescimento do PT pode ser atribuído ao nosso posicionamento naquele momento político.

Crueldade - O capitalismo sempre foi cruel e assassino, mas o absurdo desses tempos de pandemia ultrapassa os limites da civilização humana. Há uma ofensiva para acelerar medidas de favorecimento do capital privado e do mercado financeiro, e a situação só não é pior por causa de alguns avanços conquistados e construídos ao longo do tempo. No Brasil, por exemplo, se não existisse o atendimento igualitário proporcionado pelo SUS e se todos dependessem da saúde privada, os mais pobres seriam excluídos de qualquer tipo de atendimento.

Ofensiva - O governo fascista está utilizando a época de pandemia para avançar a fronteira do agronegócio, estimulando a invasão de terras indígenas e quilombolas. A política econômica continua a retirada de direitos dos trabalhadores e pretende oficializar a precarização das contratações, o que deve aprofundar a situação de miséria de milhões de pessoas. A ofensiva não se limita ao governo federal. Na cidade de São Paulo, o prefeito tucano segue a mesma lógica de "aproveitar a pandemia para passar a boiada" e quer acelerar o privatizações e terceirizações na saúde, na educação, na assistência social e até no serviço funerário.

Resistência - A intenção do prefeito Bruno Covas enfrenta a resistência da população. Funcionários e usuários do Hospital do Campo Limpo, com o apoio da população da região sul de São Paulo, estão se mobilizando para combater a terceirização da unidade de saúde. As manifestações presenciais estão respeitando todos os cuidados sanitários, e a contraposição pode contar com apoio mais amplo na sociedade civil, o que pode barrar a ofensiva neo-liberal.

Genocídio - A prefeitura e o governo de São Paulo também estão pretendendo retomar as aulas presenciais em setembro, com riscos para professores e funcionários das escolas, além de ameaçar também os familiares dos estudantes. Essa é outra ideia que está enfrentando a resistência da população. Educadores e mães de alunos vem se posicionando contra o genocídio, e o crescimento da mobilização pode provocar um recuo. É óbvio que as aulas presenciais devem ser retomadas somente no ano que vem ou quando houver uma vacina capaz de barrar as contaminações.

Poder econômico - A atitude fascista do governo federal é reproduzida, nos estados e municípios, em todo o Brasil, por aqueles que cedem aos interesses do poder econômico, como é o caso do prefeito de São Paulo. A ofensiva fascista do governo federal é acompanhada pelas tentativas de privatização de serviços públicos e pela flexibilização genocida da quarentena. Somente a resistência popular organizada pode barrar a ofensiva do fascismo neo-liberal.   

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