segunda-feira, 19 de março de 2018

Seguir em frente

Homenagem - É óbvio que qualquer acontecimento violento é revoltante. Ele nos atinge com mais contundência quando é praticado contra pessoas que defendem as mesmas ideias, mesmo não estando presentes no nosso convívio diário. Foi assim, para os militantes contra a discriminação racial, quando do assassinato de Martin Luther King; foi assim para os ambientalistas, quando da morte violenta de Chico Mendes; foi desta mesma forma, para os operários metalúrgicos, quando dos tiros que mataram Santo Dias da Silva na porta de uma fábrica da zona sul de São Paulo; e foi assim, para os religiosos, quando do assassinato de Dorothi Stang. É assim, agora, com a violência praticada contra Marielle Franco. A truculência é injustificável e a tristeza é imensa, mas é necessário juntar as forças que ainda temos, e seguir em frente. A melhor homenagem aos que foram é a continuidade da luta dos que ficaram.
Traço comum - As mortes violentas ocorreram em espaços geográficos distintos e distantes. Mas todas elas tiveram um traço comum. A truculência sempre foi utilizada para intimidar a luta contra as injustiças e desigualdades. A responsabilidade dos que ficaram é a de seguir lutando contra o racismo, em defesa do meio ambiente, por melhores salários nas cidades, e em defesa dos trabalhadores rurais no campo. A violência contra ideias e atitudes sempre foi a forma utilizada pelos que não têm razão para impor sua ideologia. A truculência das classes dominantes, no entanto, nunca impediu a continuidade da luta por um mundo melhor e mais justo.

Golpismo e violência - O golpe de 2016, embora tenha sido articulado em torno de uma proposta de impeachment contra um governo do PT, teve a intenção de inviabilizar o conjunto dos movimentos sociais populares e, especialmente, de impedir que políticas públicas de inclusão social continuassem a ser implantadas. É um engano atribuir ao golpismo apenas um aspecto antipetista. A violência do golpe parlamentar teve a pretensão de restringir a atuação do PT e da esquerda ao espaço institucional, enviando um aviso importante de que, no parlamento, enquanto houver a influência do poder econômico, a hegemonia sempre será dos interesses do racismo, da homofobia, do agronegócio e do capital empresarial. Mas as classes populares nunca restringiram suas ações ao parlamento. As ações diretas sempre fizeram parte da nossa agenda e, assim, mesmo depois do golpe, as mobilizações e protestos continuaram acontecendo, contra o presidente ilegítimo e contra o governo sem voto, e a favor das demandas populares. Nas ocasiões em que os golpistas são confrontados com manifestações populares, eles não hesitam em utilizar o recurso da violência armada.

O futebol e a defesa da vida

Espetáculos - Sempre gostei de ir a estádios de futebol. As torcidas sempre me fascinaram. Mais do que as disputas das partidas, as cenas d...