
Traço comum - As mortes violentas ocorreram em espaços geográficos distintos e distantes. Mas todas elas tiveram um traço comum. A truculência sempre foi utilizada para intimidar a luta contra as injustiças e desigualdades. A responsabilidade dos que ficaram é a de seguir lutando contra o racismo, em defesa do meio ambiente, por melhores salários nas cidades, e em defesa dos trabalhadores rurais no campo. A violência contra ideias e atitudes sempre foi a forma utilizada pelos que não têm razão para impor sua ideologia. A truculência das classes dominantes, no entanto, nunca impediu a continuidade da luta por um mundo melhor e mais justo.
Golpismo e violência - O golpe de 2016, embora tenha sido articulado em torno de uma proposta de impeachment contra um governo do PT, teve a intenção de inviabilizar o conjunto dos movimentos sociais populares e, especialmente, de impedir que políticas públicas de inclusão social continuassem a ser implantadas. É um engano atribuir ao golpismo apenas um aspecto antipetista. A violência do golpe parlamentar teve a pretensão de restringir a atuação do PT e da esquerda ao espaço institucional, enviando um aviso importante de que, no parlamento, enquanto houver a influência do poder econômico, a hegemonia sempre será dos interesses do racismo, da homofobia, do agronegócio e do capital empresarial. Mas as classes populares nunca restringiram suas ações ao parlamento. As ações diretas sempre fizeram parte da nossa agenda e, assim, mesmo depois do golpe, as mobilizações e protestos continuaram acontecendo, contra o presidente ilegítimo e contra o governo sem voto, e a favor das demandas populares. Nas ocasiões em que os golpistas são confrontados com manifestações populares, eles não hesitam em utilizar o recurso da violência armada.