segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Resistência e superação

Antipetismo - Há uma clara tentativa de tornar o PT invisível. Para ter sucesso, esse tipo de iniciativa precisa contar com apoio interno (dentro do Partido dos Trabalhadores) e na esquerda. Juntamente com pronunciamentos raivosos de nossos inimigos, estamos vendo acontecer alguns posicionamentos de aliados que podem nos transformar em "substrato de pó de bosta do cavalo do bandido". 

História - O Partido dos Trabalhadores nasceu das lutas dos sindicatos de trabalhadores e dos movimentos sociais populares. O estágio atual em que nos encontramos é resultante do acúmulo que realizamos desde a última redemocratização. Se considerarmos as experiências anteriores da esquerda brasileira, vamos concluir, rapidamente, que avançamos muito mais do que os companheiros e as companheiras do PCB, por exemplo.

Valores - Assim como o Partido dos Trabalhadores, os nossos antecessores sempre se defrontaram com a oposição sistemática do sistema capitalista e da política tradicional. A esquerda, por outro lado, sempre teve dificuldades para massificar valores positivos. Ainda assim, e apesar disso, é importante verificar que avançamos, e celebrar esses avanços em todos os momentos. 

Limitações - Os avanços, no entanto, não devem nos impedir de reconhecer que falhamos em aprofundar valores e conteúdos libertários como a igualdade entre todos os seres humanos, o que eliminaria o racismo, o machismo e a homofobia; e a importância da radicalização da democracia, que é a antítese do fascismo. Como resultado dessa insuficiência de conteúdo, temos militantes de esquerda que, em certa medida, ainda são racistas, machistas e homofóbicos ou que só defendem a democracia quando ela os favorece.

Instituições - Outro limite da esquerda é a influência da política tradicional e do espaço institucional. Somos excessivamente dependentes do calendário eleitoral e, mesmo que reconheçamos a importância das eleições por causa do debate programático, é sintomático que as demandas concretas dos movimentos sociais populares percam espaço em nome de uma insana corrida atrás do voto.

Defensivismo - É natural que as mobilizações estejam acontecendo em resposta aos anúncios de medidas que avançam a pauta ultraliberal. Não é absurdo que usuários e servidores da saúde pública se defendam de tentativas de privatização e de terceirização. É bom que professores e pais de alunos se mobilizem para impedir a privatização da educação pública. É legítimo que famílias e pessoas que moram em assentamentos e ocupações se organizem para resistir a ordens judiciais de reintegração de posse.

Alternativas - A defesa de interesses populares deve estar presente em todos os momentos, mas temos que superar o comportamento defensivo, e construir, em cada situação, uma pauta propositiva que funcione como alternativa concreta para a ofensiva do neoliberalismo. A defesa de um sistema de saúde público e universal; da educação gratuita e de qualidade extensiva a todas as pessoas; e a afirmação de que todos os seres humanos devem estar na frente de todas as nossas mobilizações.   

Superação - O desafio de vencer as limitações internas e manter o enfrentamento com o campo conservador vai exigir que o PT tenha discernimento suficiente para combinar a luta cotidiana com a organização de leituras e a realização de sessões de aprofundamento que sejam capazes de dotar nossos militantes de um conteúdo anticapitalista e que, ao mesmo tempo, consigam combinar a luta institucional com a mobilização por demandas e reivindicações dos movimentos sociais populares.  

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