
Eleições - Uma das discordâncias históricas, no interior do PT, se refere à participação nos processos eleitorais. Alianças pontuais nem sempre foram adotadas por unanimidade e, em várias ocasiões, decisões das instâncias superiores motivaram discussões difíceis e desgastantes. É o que acontece, agora, com o acordo nacional celebrado com o Partido Socialista Brasileiro (PSB) que, se efetivado, vai sacrificar candidatura promissora no estado de Pernambuco. A contestação à decisão acontece, especialmente, porque nossos prováveis aliados nos oferecerão, como contrapartida, apenas a "neutralidade", quando seria razoável esperar que eles se engajassem no apoio mais explícito e entusiasmado ao presidente Lula e ao PT. A única possível vantagem do acordo é o enfraquecimento da candidatura de Ciro Gomes, um adversário eleitoral importante.
Dualidade - O objetivo de nosso partido sempre foi (e continua sendo) o de oportunizar a participação política dos integrantes das classes populares que, antes da fundação do Partido dos Trabalhadores, estavam condenados a serem cabos eleitorais dos candidatos "menos piores" da classe dominante ou apoiadores das poucas candidaturas comprometidas com os interesses populares. Uma novidade importante, da existência do Partido dos Trabalhadores, foi a incorporação de integrantes ativos dos movimentos sociais populares, o que trouxe, para o programa e para o cotidiano do partido, demandas e reivindicações da maioria da população. Foi inevitável, ao mesmo tempo, a adaptação ao calendário eleitoral e ao espaço institucional. A participação de sindicalistas e militantes de movimentos sociais populares contribuiu para a incorporação das demandas populares. A adaptação ao espaço institucional, por outro lado, impôs uma política de alianças que nem sempre coincide com as opiniões e posicionamentos dos defensores dessas reivindicações.
