segunda-feira, 6 de abril de 2020

Contraposição

Polarização - O enfrentamento entre os governadores e o "coiso" pode resultar numa interpretação equivocada da conjuntura e, com isso, pode justificar posicionamentos que valorizam uma parte dos adversários políticos dos trabalhadores e do povo. A discussão fulanizada não vai definir nossos aliados e parceiros. O que vai resolver quem está do lado dos trabalhadores e do povo será o encaminhamento de providências concretas para que a crise seja superada.

Pirotecnia - O barulho feito, em alguns casos, está muito longe de atacar a raiz do problema. Um exemplo disso é que, na cidade de São Paulo existem inúmeros prédios que já foram hospitais, totalmente abandonados, apenas aguardando valorização no mercado imobiliário. O prefeito tucano prefere se colocar ao lado da especulação e mostrar, várias vezes, o hospital de campanha que a administração está montando em um estádio de futebol, ao invés de determinar, com a rapidez e a agilidade que o momento exige, a desapropriação de imóveis abandonados.

Mídia I - Sobre a montagem dos hospitais de campanha há, ainda, uma enorme injustiça. Ao invés de mostrarem o trabalho das pessoas que estão montando os equipamentos, os grandes veículos de comunicação preferem exibir o testemunho de autoridades que falam dos hospitais de campanha como se fossem ininciativas exclusivas das autoridades. Os trabalhadores e trabalhadoras das obras são meros coadjuvantes do noticiário.

Mídia II - Outra omissão da mídia se refere ao caráter privado dos equipamentos que estão sendo montados. O hospital de campanha do estádio de futebol, por exemplo, pertencerá a um hospital particular, e como não existe notícia sobre uma intervenção mais direta do poder público sobre empresas privadas, tudo leva a crer que a população pobre será secundarizada, mais uma vez, em nome de interesses empresariais.

Mídia III - Ao colocar o "coiso" e os governadores em pólos opostos, a mídia tradicional pretende tirar a legitimidade do imbecil que ocupa (momentaneamente) o cargo de presidente da república e, ao mesmo tempo, tem o objetivo de destacar a atuação de figuras públicas que, igualmente antipetistas, podem ser apresentadas como mais responsáveis. É interessante verificar que, na crise do coronavírus, o último presidente tucano foi entrevistado várias vezes e, enquanto isso, o presidente Lula e a presidenta Dilma foram ignorados.

Socorro emergencial - A divulgação da notícia sobre o socorro emergencial aos mais vulneráveis também é omissa em relação a experiências exitosas de várias administrações e também não se refere ao fato inegável de que a origem da ideia foi um projeto apresentado pelo Partido dos Trabalhadores. É revoltante verificar que a mídia tradicional, em época de crise, continua tentando legitimar uma narrativa antipetista, e que essa atitude midiática reforça o discurso dos seguidores do "coiso".

Cumplicidade - O comportamento violento dos fascistas é conhecido. Recorrer à disseminação de notícias falsas e ao uso de ameaças contra adversários e inimigos tornou-se prática usual do "coiso" e dos seus seguidores. Essas características são anormais e intoleráveis. Quem busca normalizar as atitudes participa dos mesmos crimes e tenta fixar o debate político entre essa prática condenável e um tratamento, supostamente, humanizado. Essa fronteira perigosa e hostil aos seres humanos precisa ser superada.          

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Espetáculos - Sempre gostei de ir a estádios de futebol. As torcidas sempre me fascinaram. Mais do que as disputas das partidas, as cenas d...