terça-feira, 30 de junho de 2020

Unidade pela base

Cumplicidade - Há um clamor geral para a derrubada do "coiso", mas ele não caiu ainda por causa da cumplicidade de alguns setores que, antes de tudo, são antipetistas. Um dos exemplos dessa cumplicidade é a atuação da mídia tradicional. O noticiário televisivo é especialista em apresentar o "coiso" como um sujeito normal e as atitudes de seus seguidores como se fossem legítimas. 

Concordância - Apesar dos desmandos do governo fascista, a cumplicidade existe por causa da política econômica do "coiso". Há uma concordância explícita com medidas de desmonte do aparato estatal, com a supressão de direitos trabalhistas e com a construção de uma governabilidade para poucos. Mais recentemente o cenário piorou.

Escolhas - As restrições a maluquices do governo fascista são menores do que o antipetismo para alguns democratas de ocasião. Os debates públicos sobre soluções para a crise política se limitam a um pretenso centro democrático, que vai do MDB ao PDT, sem nunca chegar ao PT ou ao Psol. Os antipestistas de sempre acharam de relativizar as atitudes absurdas do "coiso" e um deles chegou a afirmar que "é preciso dar um desconto" para as declarações autoritárias do presidente fascista.

Radicalismo - Segundo essa ideia maluca de democracia, o PT seria igual ao "coiso", o PCdoB seria igual ao PT e o Psol seria mais radical ainda. O triste desse raciocínio é que ele pretende excluir mais de 30% do espectro político brasileiro e este posicionamento político tem conteúdo econômico. Os cúmplices do "coiso" defendem a aplicação de medidas de enxugamento da máquina estatal e de privatizações dos bens públicos que deveriam estar à disposição da população.

Frente - A construção de uma frente ampla de oposição ao fascismo é uma tarefa muito difícil. Parte dos opositores do "coiso" não discordam da sua política econômica. Parte dos que dizem defender a democracia também defendem a supressão de direitos dos trabalhadores e a redução drástica de gastos públicos. Alguns deles são abertamente antipetistas e contra qualquer ideologia mais igualitária.

Periferia - As classes populares, no entanto, encontram outras formas de construção da unidade. Os protestos contra o "coiso" vem acontecendo em vários pontos do país, e os animadores dessas manifestações são trabalhadores e trabalhadoras que moram nas periferias das grandes cidades. Chama a atenção, por exemplo, uma frente antifascista que começa a se organizar na zona sul da cidade de São Paulo.

Protagonismo - O início difícil, por causa da pandemia, não desanimou os organizadores, e neste sábado, a partir das 10 horas, acontece o lançamento público da "Frente Antifascista e Antiracista da Zona Sul". A concentração dos manifestantes será na Praça Floriano Peixoto, no centro de Santo Amaro, e os integrantes do protesto vão percorrer as ruas do bairro (de carro, de bicicleta ou caminhando) até a estação Borba Gato do Metrô.

Organização - Partidos políticos progressistas, movimentos sociais populares e entidades de vários bairros estão à frente da organização do evento. A região sul da cidade de São Paulo, que já foi pólo importante de emprego e  centro de muitas mobilizações operárias e populares está se levantando, novamente, para influenciar a conjuntura do país. A região operária de tempos atrás, desprezada pelas autoridades na pandemia, está se mobilizando para lutar contra o fascismo e em defesa dos interesses dos trabalhadores e das classes populares.   

O futebol e a defesa da vida

Espetáculos - Sempre gostei de ir a estádios de futebol. As torcidas sempre me fascinaram. Mais do que as disputas das partidas, as cenas d...