terça-feira, 23 de outubro de 2018

O desafio do otimismo

Otimismo - Sou um otimista incorrigível e, mesmo no cenário tenebroso em que estamos, penso que temos motivos pra comemorar.  Apesar de termos sido massacrados pela seletividade midiática, especialmente na divulgação de denúncias e suspeitas de corrupção, conseguimos eleger a maior bancada da Câmara Federal, e o PT é o partido político com maior simpatia na população brasileira. Fomos citados por mais de 21% dos entrevistados da pesquisa mais recente, enquanto que o partido que ficou em segundo lugar foi lembrado por apenas 5% das pessoas pesquisadas.

Democracia - É incontestável o avanço do fascismo entre nós e, desgraçadamente, isso não se limita a intenções de votar em determinado candidato. O  mais grave é a adesão de pessoas comuns a ideias fascistas como o ódio aos estrangeiros, aos gays e às mulheres, e a defesa da ditadura. É inegável, por outro lado, a existência, ainda que informal, de uma frente democrática e humanista. 

Instituições - Se somarmos os parlamentares eleitos pelo PT e pelos partidos da esquerda, com os que defendem a democracia e os direitos humanos, teremos um retrato menos tenebroso do que o que é pintado pelo candidato do fascismo e por seus seguidores. Se sairmos às ruas, com símbolos do Partido dos Trabalhadores (camisetas, broches ou adesivos) é grande a chance de sermos agredidos por fascistas fanáticos, mas é enorme a possibilidade de que sejamos aplaudidos.

Bravatas - As bravatas do capitão indicam que o objetivo do conservadorismo, que era destruir o PT, não foi alcançado. Não penso que devamos ser negligentes com a perspectiva real de endurecimento do sistema político, inclusive com a adoção de alguns cuidados individuais. Ao mesmo tempo, entretanto, temos que atentar para o fato de que a possibilidade de instalação de uma nova ditadura só existe por causa do uso de mentiras e ilegalidades, e da conivência da mídia tradicional e de parte do poder judiciário. Se estivéssemos totalmente errados, como quer fazer crer o fascismo, a utilização de mentiras e ilegalidades, e a ajuda dos grandes veículos de comunicação e de magistrados não seriam necessárias. 

Mídia -  A escalada do fascismo é favorecida por um amplo sistema de comunicações que, infelizmente, não se limita ao canal da Universal e à Rede Globo. O drama dos que defendem uma sociedade justa e igualitária, há muito tempo, foi nunca termos tido um sistema próprio de comunicação. Os jornais de sindicatos de trabalhadores e os informativos de entidades sociais populares são muito corporativos e localizados para influenciar o conjunto da opinião pública. 

Desafios - Para continuarmos otimistas, um dos desafios mais importantes do próximo período, independentemente do resultado da eleição, será o de criar informativos, destinados a recolher e disseminar informações positivas sobre os negros, sobre as mulheres, sobre a periferia e em defesa da democracia. A guerra da comunicação só será equilibrada quando as classes populares tiverem um sistema de comunicação próprio e independente, articulado nacionalmente. 

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