segunda-feira, 27 de abril de 2020

Golpismo, capitalismo e genocídio

Antipetismo - O ministro que acaba de pedir demissão fez parte, desde o início, da estrutura do golpe e, por sua participação na criminalização do PT e da política, foi premiado com o cargo. Os golpistas pretendiam afastar o candidato mais competitivo do PT, mas não sabiam que isto poderia resultar na eleição do "coiso". O grupo integrado pelo ex-juiz de Curitiba se sustentava no discurso anti-corrupção, viu crescer sua influência quando indicou o ministro e, ao mesmo tempo, quando conquistou a simpatia de massa que possibilitou apoios que ultrapassaram o momento eleitoral.

Rompimento - Os apoiadores do governo fascista sempre tiveram, como ponto de unidade, o antipetismo. O juiz de Curitiba que virou ministro fez parte de um dos grupos de apoio do "coiso", no segundo turno mas, inicialmente, o golpe era somente contra o PT. O nome a ser apoiado, posteriormente, dependia de viabilidade eleitoral, com a única condição de ser contra o PT, e isto se aplicava ao "coiso", embora ele não tenha sido o candidato de Sérgio Moro no primeiro turno.

Naufrágio - Os sinais de que o barco pode afundar estão claros e evidentes. Todos os dias sabemos de notícias novas sobre apoiadores do "coiso" que abandonam a embarcação. Os jornalistas Reinaldo Azevedo, Mirian Leitão e Merval Pereira; os artistas Lobão e Carlos Vereza; e os mandatários públicos Alexandre Frota e Ronaldo Caiado são alguns exemplos da debandada. Restam, ainda, ao lado do "coiso", seus seguidores mais fiéis que, além de serem antipetistas, também acreditam em absurdos como a ideia estúpida de que a terra é plana.

Alianças - A aproximação de figuras públicas da política tradicional, como Roberto Jefferson e Waldemar Costa Neto, por outro lado, pode garantir algum tempo de sobrevivência ao governo fascista, mas, ao mesmo tempo, significa que a política econômica deve continuar intacta. O apoio parlamentar será viabilizado, com o apoio da mídia tradicional, para aprofundar medidas de arrocho fiscal e para suprimir direitos dos trabalhadores. A aliança com a política tradicional pode servir, também, para a derrubada de projetos progressistas como a taxação das grandes fortunas e o socorro aos estados e municípios.

Conteúdo - As imbecilidades do "coiso" e de seus seguidores continuarão a ser disseminadas pelas redes sociais, e têm a pretensão de justificar o afrouxamento do isolamento social, viabilizando a implantação de medidas ultraliberais. Os progressistas e a esquerda seguirão resistindo contra o fascismo, mas terão, como principal obstáculo, as regras institucionais que favorecem o governo e a concordância da totalidade dos antipetistas com o programa econômico de arrocho fiscal. O absurdo da discordância com a ciência será justificado, na mídia tradicional, pela necessidade de sobrevivência da economia capitalista.

Números - Sabemos que os números de mortos e de infectados está muito aquém da realidade. Na cidade de São Paulo, por exemplo, há uma proibição explícita de que funcionários da saúde pública divulguem os números reais. No caso dos servidores públicos, que são estáveis, há um constrangimento com base na hierarquia funcional do serviço público; mas no caso dos funcionários das OS's, o silêncio á conseguido através de frequentes ameaças de demissão.

Proteção - Uma das situações mais graves da guerra contra o covid-19 é sentida pelos trabalhadores e trabalhadoras da saúde. Os equipamentos de proteção individual (EPI's) são insuficientes e os profissionais da saúde estão arriscando suas vidas. Não existe, em larga escala, nenhuma iniciativa para que as empresas passem a produzir máscaras cirúrgicas, aventais e luvas para atender, prioritariamente, essas pessoas. O governador de São Paulo, mesmo anunciando apoio específico de algumas empresas, não deu nenhum passo no sentido de negociar com entidades representativas do empresariado para que as fábricas sejam colocadas à disposição do combate ao covid-19.

O futebol e a defesa da vida

Espetáculos - Sempre gostei de ir a estádios de futebol. As torcidas sempre me fascinaram. Mais do que as disputas das partidas, as cenas d...