segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Injustiça, desigualdade e violência

Judiciário - A cassação da liminar que cancelava o aumento da tarifa dos ônibus da cidade de São Paulo é mais uma demonstração de que o judiciário não é neutro. O motivo principal da concessão da liminar foi o descontentamento demonstrado pela população com o reajuste. A razão da revogação da liminar foi o alinhamento do judiciário com os interesses empresariais. A decisão judicial busca atender, também, a lógica do financiamento público da lucratividade particular. O aumento vai direto para as empresas de ônibus. A prefeitura continua repassando generosos subsídios que continuam sustentando um capitalismo sem risco. E quem paga a conta é a população, que continua viajando apertada e em condições precárias e que corre o risco de ver linhas de ônibus serem suprimidas.

Mobilização - A liminar que suspendeu o reajuste não foi uma concessão. Ela só foi editada depois da forte mobilização popular. Foram quatro manifestações públicas contra o aumento. A decisão judicial mais recente buscou atender os interesses dos empresários de ônibus e os da administração, e só aconteceu quando a mobilização se reduziu a pedir que a prefeitura recebesse a notificação e voltasse a praticar a tarifa anterior.

Exceção - O telejornal mais importante da maior emissora de televisão do país teve, neste sábado, mais uma vez, a presença de uma mulher negra na apresentação do noticiário. Antes dela, a jornalista Glória Maria também já havia cumprido o mesmo papel. Faz alguns anos que o mesmo informativo televisivo foi apresentado, também pela primeira vez, por um jornalista negro. É óbvio que as presenças de Maju Coutinho, Glória Maria e de Heraldo Pereira na bancada do JN são vitórias importantes. Mas é evidente que isso é insuficiente. Mulheres e negros representam a maioria do povo brasileiro. É injusto e desigual que continuemos a ser tratados como cerejas de um bolo assado e confeitado com cor branca e masculina.

Violência - O assassinato de um jovem, por um segurança de supermercado, é uma das consequências do discurso de ódio existente em nossa sociedade. As mãos do assassino agiram com o apoio dos que defendem esse tipo de atitude. O "coiso" não é o mandante do crime, mas seus pronunciamentos públicos autorizaram (e incentivaram) a atitude insana do segurança do supermercado.



      

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