quarta-feira, 11 de abril de 2018

Ódio, a insensatez e a esperança

Legitimando o ódio - A mídia tradicional pretende legitimar um sentimento irracional, que produz expressões como a de uma senhora que, em relação ao presidente Lula afirmou que "deveriam ter seguido o conselho de jogar fora do avião". No mesmo comentário, a pessoa se refere aos apoiadores do presidente Lula como "seguidores imbecis". Em comentários veiculados em sites e portais dos grandes veículos de comunicação, não é incomum que o presidente Lula seja apontado como "criminoso da pior espécie, psicopata e baderneiro". Os comentários se referem aos apoiadores dele como "jumentos encantados, desocupados e vagabundos". Está evidente que a sentença condenatória do presidente Lula aconteceu por encomenda do golpismo. Não existem provas contra ele. Os autores de expressões de ódio, mesmo assim, estão vendo seus comentários serem veiculados nos grandes veículos de comunicação, em quantidade desproporcional à sua real existência na sociedade brasileira, e isto vai disseminando, na sociedade, o sentimento de ódio que dispensa qualquer argumento mais racional ou lógico. 

Influência midiática - O comportamento midiático, na disseminação de valores que contrariam a civilização humana, não é uma novidade. A divulgação sensacionalista de fatos violentos que ocorrem nas periferias das grandes cidades, por exemplo, ajuda a reforçar um senso comum que esses bairros são muito perigosos. A exposição sucessiva de crimes cometidos por menores de idade fornece argumentos para a defesa de ideias estapafúrdias como a diminuição da maioridade penal. A mídia tradicional, portanto, não é somente antipetista. Os grandes veículos de comunicação também disseminam valores que contrariam os avanços civilizatórios conquistados e construídos com o decorrer do tempo.

Organização e esperança - Ao contribuir para a disseminação do ódio, o antipetismo midiático ignora o fato de que o presidente Lula lidera todas as pesquisas de intenção de voto, e que o PT é o partido político da preferência da maioria da população brasileira. Desconsidera o fato importante de que os apoiadores do presidente Lula são homens e mulheres que lutam por um país melhor para todos e todas. Sindicalistas e integrantes de movimentos sociais populares compõem a base organizada do apoio ao presidente Lula, mas essa representação não explica a totalidade da simpatia que ele tem na população. As pessoas que apoiam o presidente Lula se sustentam em uma base social e popular e, ao contrário do discurso odioso do antipetismo, defendem e praticam a "Esperança".

As possibilidades de aprofundamento do golpe

Deslize - O ato falho da tarde de ontem, quando apresentadora de telejornal global chamou o presidente ilegítimo de "ex-presidente", pode não ter sido um equívoco na leitura de uma notícia, mas um aviso para que Michel Temer deixe o cargo que ocupa, com a maior brevidade possível. O golpismo, com a Rede Globo à frente, prefere um governo abertamente autoritário, comandado por militares, e já mostrou, mais de uma vez, integrantes do governo sem voto em situações suspeitas. A mídia tradicional pretende, também, reforçar, na opinião pública, a reprovação à corrupção, de modo a construir e consolidar a legitimidade do recrudescimento do golpe. 

Enfrentamento - Na opinião pública,  ao menos por enquanto, o enfrentamento do golpe é visto somente como um movimento de autodefesa do PT e da esquerda. Para que esta visão seja superada, e para que o enfrentamento se espalhe pela sociedade, será preciso que a brutalidade golpista comece a atingir pessoas e famílias da classe média brasileira, do mesmo modo que aconteceu com o golpe de 1964. Um enfrentamento mais global do golpe, desgraçadamente, terá mais chances de acontecer quando as pessoas de classe média (ou que se julgarem assim) perceberem uma interferência direta nas suas vidas.

Desistência - Um partido nanico anunciou, na tarde de ontem, sua desistência de ação judicial com pedido de liminar que, se aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), poderia reverter a decisão daquela corte constitucional em relação ao presidente Lula. O julgamento poderia recuperar o entendimento do STF sobre direito de defesa e trânsito em julgado, restabelecendo  a compreensão de que todos os acusados têm o direito de se defender (em liberdade) até o julgamento de todos os recursos em todas as instâncias do poder judiciário. 

Auxiliares - O episódio é revelador do papel dos pequenos partidos na situação atual. Fundados para ajudar o golpismo, os partidos nanicos servem para emprestar (ou alugar) seus parlamentares em votações de interesse do governo sem voto e, no espaço judicial, cumprem o papel de defender a legitimação de iniciativas golpistas. Ao anunciar a desistência, um dirigente da legenda disse, claramente, que a razão da retirada do processo era a possibilidade de que, se aprovado, ele pudesse beneficiar o presidente Lula.

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