segunda-feira, 1 de junho de 2020

Generosidade e unidade

Repressão - Episódios que resultaram em ações violentas da polícia contra manifestantes sempre foram provocados pelos repressores. São muitos os exemplos de pessoas isoladas que tentam atravessar manifestações e assembleias, justificando ações policiais que acontecem logo depois. Em um passado não muito distante, companheiros responsáveis pela segurança de manifestações e passeatas se encarregavam de afastar esses elementos provocadores. Recentemente isto tem sido muito difícil. Policiais militares já assumiram que estão do lado do fascismo, e promovem infiltrações perigosas, com o único objetivo de justificar a repressão posterior.

Lógica - A ativista norte americana Tamyka Mallory, ao falar sobre os protestos nos Estados Unidos da América do Norte, reafirmou que a lógica da dominação é a responsável pelos saques que acontecem naquele país. Para a fundadora da Marcha Mundial das Mulheres "os nativos americanos foram saqueados quando os colonizadores chegaram aqui" e isso provoca, com frequência, ações violentas dos descendentes dos que foram saqueados no passado.

Lembrança - O pronunciamento me fez recordar de um amigo moçambicano que, oficial do exército de libertação, foi encarregado de montar guarda para um prisioneiro, oficial do exército colonizador. O desfecho da guerra de libertação estava próximo. Era iminente a vitória militar dos nativos e os oficiais (um moçambicano e um português) conversavam sobre vários assuntos. Em determinado momento, o oficial português revelou que pretendia continuar morando em Moçambique, e perguntou como ele iria ser tratado depois da independência. A resposta foi curta e direta. O tratamento a todos os dominadores que permanecessem no país seguiria critérios parecidos com os que foram utilizados durante os anos de colonização.

Generosidade - A lógica da vingança, contida no discurso de Tamyka Mallory e no raciocínio do meu amigo moçambicano ainda é muito comum, mas precisa ser superada pelo pensamento de esquerda. Crimes cometidos no passado não podem justicar atos violentos, em momento algum. No futuro, deve ser estabelecida a regra contida na poesia "Os Estatutos do Homem", do amazonense Thiago de Mello, que afirma que "fica decretado (...) que o homem é um animal que ama... e que por isso é belo... muito mais belo do que a estrela da manhã".

Unidade - Está evidente a necessidade de estabelecimento de uma frente ampla para derrotar o fascismo. É óbvio que a composição contra o governo Bolsonaro será heterogênea. O limite da frente será a deposição do governo fascista. Haverão aliados de ocasião que defendem um programa semelhante ao que está sendo aplicado pela equipe equipe econômica atual. Também devem participar das mobilizações do impeachment alguns notórios inimigos do Partido dos Trabalhadores. Mesmo assim devemos participar da frente democrática, com a ressalva de que não abrimos mão de um programa econômico que privilegie as classes populares e a inclusão social. Seremos intransigentes na defesa da democracia, mas nunca deixaremos de defender as demandas dos trabalhadores e das classes populares e as nossas bandeiras.


     

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