
Números - Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), 200 mil mulheres brasileiras morrem, por ano, em decorrência de complicações causadas por cirurgias de interrupção da gravidez. Números citados pelo jornal O Estado de São Paulo informam que, diariamente, ocorrem quatro mortes de mulheres, por complicações decorrentes de cirurgias realizadas em condições precárias. O discurso fundamentalista desconsidera totalmente essas informações importantes, uma vez que fazem a defesa da criminalização com base na defesa da vida.
Punição - Não são poucos os casos em que as mulheres, depois de atendidas na rede hospitalar, acabam encaminhadas a delegacias de polícia, onde são qualificadas como criminosas comuns. A punição policial, no entanto, é apenas uma parte do problema. A decisão de interromper a gravidez é, sempre, difícil e delicada, e deixa rastros psicológicos que duram bastante tempo. Várias religiões condenam a prática, e isso contribui para que a mulher se sinta culpada por toda a sua vida.
Questão de classe - O mais trágico é que as mortes e indiciamentos criminais recaem, sempre, sobre mulheres pobres. Enquanto as mais endinheiradas podem arcar com recursos financeiros que garantem que as cirurgias sejam feitas em clínicas seguras e confortáveis (e longe dos olhos da polícia), as mais pobres são submetidas a operações improvisadas e, posteriormente, levadas a hospitais públicos.
Retrocesso - O objetivo principal dos defensores de ideias conservadoras é o de transformar em lei geral, condições e orientações que devem caber, exclusivamente, a cada pessoa. Sobre a interrupção da gestação deveria prevalecer a ideia, próxima do bom senso e dos avanços da civilização humana, de que a propriedade do corpo é determinante na hora de qualquer decisão. É inaceitável que a prática continue a ser considerada como crime, e é preciso estancar a mortandade absurda de mulheres que se submetem a cirurgias em situações precárias.
Punição - Não são poucos os casos em que as mulheres, depois de atendidas na rede hospitalar, acabam encaminhadas a delegacias de polícia, onde são qualificadas como criminosas comuns. A punição policial, no entanto, é apenas uma parte do problema. A decisão de interromper a gravidez é, sempre, difícil e delicada, e deixa rastros psicológicos que duram bastante tempo. Várias religiões condenam a prática, e isso contribui para que a mulher se sinta culpada por toda a sua vida.

Retrocesso - O objetivo principal dos defensores de ideias conservadoras é o de transformar em lei geral, condições e orientações que devem caber, exclusivamente, a cada pessoa. Sobre a interrupção da gestação deveria prevalecer a ideia, próxima do bom senso e dos avanços da civilização humana, de que a propriedade do corpo é determinante na hora de qualquer decisão. É inaceitável que a prática continue a ser considerada como crime, e é preciso estancar a mortandade absurda de mulheres que se submetem a cirurgias em situações precárias.