sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

O papel da repressão no fascismo

Repressão - A intervenção policial na manifestação contra o aumento das passagens de ônibus confirmou a certeza de que "na democracia existe o direito de reunião... na ditadura, de jeito nenhum". Policiais que investiram contra os manifestantes estão munidos da "autoridade" de defesa do patrimônio, mas, especialmente, estão preparados para inviabilizar qualquer tipo de manifestação, com base na criminalização dos movimentos sociais populares. 

Mídia - As vítimas preferenciais dos policiais foram profissionais de imprensa. A divulgação do protesto, especialmente por causa disso, se limitou à violência policial. É extremamente difícil achar uma imagem (ou texto) em que apareça (com destaque) qualquer palavra de ordem contra o reajuste das tarifas. O conteúdo principal do protesto contra o aumento das passagens do transporte público foi secundarizado (ou ignorado) em quase todos os veículos de comunicação.

Riscos - Todo mundo sabe que o preço das tarifas é extremamente alto, e que as passagens deveriam ser gratuitas ou, no máximo, poderiam ter um valor muito menor, destinado à manutenção dos equipamentos (ônibus, trens, estações e terminais). Não pode existir, no capitalismo, qualquer atividade que não tenha o risco de prejuízo. É surreal que os próprios empresários do transporte público façam suas planilhas de custos e, com base nelas, cobrem dos governos o repasse de valores financeiros destinados a cobrir esses custos.

Conivência - A violência policial empregada contra os manifestantes que protestam contra o aumento das passagens pretendeu encobrir esse debate, essencial para que haja uma melhor compreensão, por parte da população, do problema do transporte público.  Pessoas agredidas pela polícia militar e detidas para averiguação foram acusadas de "atitude suspeita". A criminalização dos movimentos sociais populares é cúmplice do absurdo.

Suspeição - Veículos de comunicação independentes seguiram a onda dos grandes veículos da mídia tradicional, e divulgaram, com destaque, a repressão policial. A atitude pode resultar na disseminação de um senso comum de que os movimentos sociais populares estão infiltrados de "elementos suspeitos". Só quem estava presente na Avenida Paulista pode afirmar que os manifestantes, em sua maioria jovens, têm a legitimidade para questionar o reajuste e a lógica desse sistema injusto. Para quem se informou do ato através da imprensa, o protesto pode ser visto como "uma reunião de baderneiros".

Denúncia - O papel das forças de segurança deve ser denunciado, em todos os momentos. Defender o patrimônio particular e assegurar o direito de propriedade já é bastante grave. No fascismo, no entanto, a repressão policial extrapola esse papel, e passa a garantir a existência do "capitalismo sem risco" especialmente com intervenções como a desta quarta feira na Avenida Paulista.  

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