
Democracia II - Como contrapartida das ideias norte-americanas, outros modelos de democracia são praticados em vários lugares do mundo. Mesmo tendo a oposição da mídia local, a Venezuela desenvolveu um modelo de democracia que combina a participação permanente da população com a eleição de representantes de trabalhadores e de movimentos sociais populares. Diferentemente da valorização do poder econômico do modelo norte-americano, a democracia venezuelana valoriza a representação popular. O mais interessante, no caso da Venezuela, é que o empresariado também tem sua representação, com a ressalva que ela acontece rigorosamente segundo a presença proporcional do empresariado na sociedade. O modelo venezuelano ficou mais conhecido na eleição recente de uma Assembleia Nacional Constituinte, quando, mesmo diante da tentativa de boicote da mídia tradicional local, a eleição foi bem sucedida.
Democracia III - No Brasil, as diversas tentativas de reformar o sistema eleitoral resultaram em frustração generalizada. Ainda não conseguimos afastar totalmente a influência do poder econômico e, desgraçadamente, seguimos o modelo norte-americano, com algumas variações. Embora a eleição presidencial seja direta, o exercício do mandato depende do parlamento, majoritariamente formado por deputados e senadores financiados pelo poder econômico, o que institucionaliza a governabilidade do capital privado, largamente praticada em nosso país, e que teve, como exemplo mais recente, o golpe de 2016.