quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Poder econômico e democracia

Democracia I - Os Estados Unidos da América do Norte sempre se apresentaram para o mundo como modelo de democracia. A ideia é obrigar que outros países, ao redor do mundo, sigam o modelo norte-americano, com eleições regulares e campanhas eleitorais financiadas, abertamente, pelo capital privado. O modelo, no entanto, está muito longe da democracia. O presidente da república, por exemplo, não é eleito pelo voto direto, o que já provocou, por várias vezes, a condução ao poder de pessoas que não obtiveram, nas urnas, a maior parte dos votos, como é o caso do atual mandatário de lá, o asqueroso Donald Trump. O aspecto mais condenável da auto-intitulada democracia norte-americana é a total ausência de conteúdo de classe nas disputas eleitorais. Como o financiamento do capital privado é escancaradamente praticado, candidaturas presidenciais como a do senador e defensor de ideias socialistas Bernard Sanders sempre terá poucas chances. A última eleição dos Estados Unidos da América do Norte foi disputada, aos olhos da mídia tradicional, por Donald Trump e Hillary Clinton. Bernie Sanders foi apresentado, sempre, como um candidato sem chances de vitória eleitoral.

Democracia II - Como contrapartida das ideias norte-americanas, outros modelos de democracia são praticados em vários lugares do mundo. Mesmo tendo a oposição da mídia local, a Venezuela desenvolveu um modelo de democracia que combina a participação permanente da população com a eleição de representantes de trabalhadores e de movimentos sociais populares. Diferentemente da valorização do poder econômico do modelo norte-americano, a democracia venezuelana valoriza a representação popular. O mais interessante, no caso da Venezuela, é que o empresariado também tem sua representação, com a ressalva que ela acontece rigorosamente segundo a presença proporcional do empresariado na sociedade. O modelo venezuelano ficou mais conhecido na eleição recente de uma Assembleia Nacional Constituinte, quando, mesmo diante da tentativa de boicote da mídia tradicional local, a eleição foi bem sucedida.

Democracia III - No Brasil, as diversas tentativas de reformar o sistema eleitoral resultaram em frustração generalizada. Ainda não conseguimos afastar totalmente a influência do poder econômico e, desgraçadamente, seguimos o modelo norte-americano, com algumas variações. Embora a eleição presidencial seja direta, o exercício do mandato depende do parlamento, majoritariamente formado por deputados e senadores financiados pelo poder econômico, o que institucionaliza a governabilidade do capital privado, largamente praticada em nosso país, e que teve, como exemplo mais recente, o golpe de 2016.     

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