sábado, 21 de abril de 2018

Religiosidade e luta contra as injustiças

Injustiças - É generalizado, entre os cristãos, um sentimento de revolta contra as injustiças. Mesmo que, em certas ocasiões, transpareça um certo conformismo com a situação, é predominante a certeza de que a neutralidade favorece o opressor, e o lugar do cristão sempre vai ser o alinhamento com os que lutam contra as injustiças e contra a exclusão social. 

Compromisso - São poucos os religiosos católicos que têm a coragem de se expor, mais abertamente. Exemplos de compromisso com os oprimidos, como Dom Angélico Sândalo, acabam sendo criticados por outros religiosos. Em alguns casos, são ameaçados de morte, como aconteceu, recentemente, com o Padre Júlio Lancelotti. Há casos em que ameaças de morte se consumam, como ocorreu com a freira norte americana Dorothy Stang, e outras situações em que acusações acabam conduzindo o acusado à cadeia, como aconteceu com o padre Amaro, continuador do trabalho da religiosa no interior do Pará.

Perseguições - Críticas, perseguições, ameaças e assassinatos, no entanto, não tem sido suficientes para impedir ações em defesa da justiça social e a participação religiosa nas lutas do povo. A presença do Frei Ederson Queiroz em Curitiba, na vigília Lula livre, deve ser entendida como parte do engajamento dos religiosos nas lutas sociais, sempre ao lado dos oprimidos. Quando ele diz que o "acampamento anuncia realidade de fraternidade com que a gente sonha" está representando milhões de pessoas de todo o país. 

Participação - Na história da humanidade, a presença de religiosos na luta contra as injustiças sempre foi importante. No Brasil, durante a ditadura militar, a oposição se utilizou de espaços cedidos pela igreja para a realização de reuniões que, mais tarde, resultariam na vitória do povo contra o autoritarismo. Enfrentar o golpe de 2016 é muito mais do que apoiar a presidenta Dilma e o presidente Lula. Reforçar a luta do povo oprimido contra as injustiças deve ser compromisso permanente de padres, freiras, religiosos e leigos que professam a fé cristã. 

Golpismo e exploração do trabalho

Comemoração - A grande mídia comemora a criação de empregos com carteira assinada, mas não fala nada sobre as condições precárias dessas vagas. Com a reforma trabalhista, que determinou a supressão de inúmeros direitos dos trabalhadores, a contratação formal ficou mais fácil de acontecer, mas, por outro lado, isso significou uma piora sensível nas condições de trabalho. A comemoração dos grandes veículos de comunicação omite informações sobre a quantidade de horas trabalhadas por cada trabalhador e sobre a precariedade das condições de trabalho.

Frente - Lideranças de partidos políticos progressistas formalizaram, nesta semana, a criação da frente parlamentar em defesa da democracia. A mobilização é especialmente importante, neste momento da conjuntura, não somente pela prisão do presidente Lula (uma arbitrariedade inadmissível), mas, também, por causa da ofensiva do golpismo sobre os direitos dos trabalhadores. Além de lutar pela reconstituição e aprimoramento da democracia, a frente tem, também, a tarefa de empreender um esforço pela restituição de direitos dos trabalhadores suprimidos pelo golpismo.

Escravidão I - O presidente ilegítimo em pronunciamento pela data de hoje (Dia de Tiradentes), enaltece a liberdade existente no país. O discurso de Michel Temer é mentiroso e hipócrita. Para se livrar de processo judicial no STF, ele editou portaria restringindo os flagrantes de trabalho escravo à existência de vigilância armada nos locais de trabalho, eliminando as ações de fiscais e a existência de condições insalubres ou perigosas como indicadores da escravidão moderna. A portaria escravocrata foi feita sob encomenda de empresários do setor de construção civil e de ruralistas, com grande representação no parlamento e, portanto, com o poder de salvar a pele de Temer.

Escravidão II - O presidente ilegítimo não se limitou a editar a portaria sob encomenda de empresários da construção civil e do agronegócio. Ele também é autor de palavras que, posteriormente, seriam usadas para justificar a escravidão moderna. Numa entrevista ele afirmou que, no trabalho dos fiscais do trabalho, "basta a falta de extintores, de papel higiênico e de saboneteiras para caracterizar escravidão". A frase vem sendo repetida por empresários e figuras públicas identificadas ideologicamente com o conservadorismo. A utilização mais recente das palavras de Michel Temer foi feita pelo candidato presidencial Flávio Rocha, dono da Riachuelo.   

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