Financiamento - Chegou ao fim a esperança de que alguma mudança aconteça para vigorar nas eleições de 2018. Tudo ficará do mesmo jeito e, ao que tudo indica, as campanhas serão financiadas, majoritariamente, por dinheiro ilegal, originado da parte informal da economia, aquela que não paga impostos e que, por isso, pode vender produtos a preço mais baixo, e que também pode participar da eleição de maneira secreta, através de doações não contabilizadas.

Conveniências - A falta de legitimidade do parlamento é interessante para o golpismo. Medidas supressivas de direitos poderão ser aprovadas, com mais facilidade, em um congresso majoritariamente venal. A situação também é conveniente para o presidente ilegítimo. Com um grande número de parlamentares dispostos a vender seus votos, não será difícil conseguir apoios necessários para se livrar de processos judiciais.
Desmonte - O governo sem voto acaba de editar medida provisória em que extingue a obrigatoriedade do ensino de sociologia, filosofia, artes, educação física, música e cultura afro-brasileira nas escolas públicas e particulares. A medida provisória também elimina as garantias de universalidade do ensino básico e a gratuidade das escolas de ensino fundamental e médio. O desmonte também pretende desobrigar o poder público de garantir educação infantil para todos.

Pauta positiva - O problema, para as classes populares, não é somente a retirada de direitos consagrados pela legislação. Mesmo com algumas garantias, a situação já estava ruim e a exclusão social era imensa. Se os movimentos sociais populares não adotarem, urgentemente, uma pauta positiva, o futuro pode ser de aprofundamento da exploração capitalista, principal objetivo do golpismo. A intensificação da oposição às medidas supressivas de direitos deve estar acompanhada, sempre, pela proposição de medidas concretas de enfrentamento da exclusão social.