terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Resistência e convicção

Individualismo - Depois de algumas idas e vindas, um dos futuros ministros do "coiso"anunciou que o Ministério do Trabalho vai acabar mesmo. A estrutura foi criada para disciplinar as relações entre capital e trabalho e, mesmo com óbvias vantagens para as empresas, sempre buscou atuar na eliminação de exageros muito graves na exploração de mão de obra, como o trabalho escravo. O encerramento das atividades do Ministério do Trabalho é mais um exemplo de que o presidente eleito pretende transformar em regra o "cada um por si", como se as condições de empresas e de empregados fossem as mesmas, o que sabemos que não é verdade.

Seletividade - Não é novidade a seletividade da mídia tradicional, na veiculação de denúncias e suspeitas de corrupção. Também não é inédito o comportamento tendencioso do poder judiciário em relação a acusações envolvendo golpistas e fascistas. A troca de delações por benefícios foi institucionalizada para incriminar o PT e seus dirigentes. Provas e flagrantes foram desprezados para beneficiar figuras públicas ligadas ao golpe de 2016 e ao fascismo. O futuro não indica que essa situação vá mudar. O beneficiário mais recente da "deduragem premiada" é um ex-petista (Antonio Palloci), cujos depoimentos, se acolhidos como verdades absolutas, têm o objetivo claro de incriminar o Partido dos Trabalhadores e os integrantes dos governos democráticos e populares.

Ceticismo - Não acredito na neutralidade do poder judiciário e sempre considerei o aparato estatal uma espécie de apêndice do poder do capital privado. Tenho razões para crer que o processo de condenação da esperança, representada pelo PT, deve continuar, nos tribunais e no parlamento. A consagração de feitos ilegais do fascismo deve ser a regra da maioria dos juízes e parlamentares e, enquanto isso, deve ser aberto espaço para a criminalização dos movimentos sociais populares.

Trabalho - O ministério do trabalho, que acaba de ser extinto, sempre funcionou como uma espécie de legitimador da exploração do trabalho humano, com raríssimas exceções. O órgão federal também teve papel decisivo na legitimação do peleguismo, braço da ditadura e do empresariado no meio dos trabalhadores. Nunca vou me esquecer que, no início da minha militância, foi um ministro do trabalho (Arnaldo Prieto) que deu posse ao pelego Joaquim dos Santos Andrade, mesmo depois de uma eleição sindical fraudada.

Arrependimento - A exigência de autocrítica do PT é uma invenção de nossos inimigos e adversários. Busca reeditar a "autoflagelação", muito comum nos tempos medievais, quando o arrependimento devia ser feito através de confissão pública de convicções próprias que não fossem do agrado das classes dominantes de então. Na Idade Média, o arrependimento público nunca significou perdão automático, e muitos dos que se confessaram "equivocados" foram queimados vivos em fogueiras da inquisição.

Debate - A exigência de autocrítica do PT não deve ser atendida, de jeito nenhum. Eventuais erros e equívocos devem ser corrigidos por nós mesmos, em debates internos, conduzidos com fraternidade e tolerância. O PT é formado por mulheres e homens e, como seres humanos, somos passíveis de erros e equívocos, mas nunca submeteremos nossas decisões ao julgamento de nossos algozes. Se isto significar a morte física, que ela aconteça. Nossas ideias e convicções continuarão de pé. Preferiremos, sempre, o bom debate interno, onde teremos sempre garantida a democracia e o direito de expor ideias. Negamos o julgamento seletivo e parcial dos que querem destruir o PT.            

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