sexta-feira, 9 de março de 2018

Enfrentamento de classe

Volta ao passado - O discurso político que acompanha o projeto presidencial do deputado federal Jair Bolsonaro tem conteúdo que vai muito além da defesa de soluções bélicas para os problemas brasileiros. A simpatia que ele tem no eleitorado, responsável por um percentual de votos que se aproxima de 20%, é potencializada por ideias que aumentaram de volume, recentemente, na sociedade brasileira. Entre essas ideias estão as defesas da diminuição da maioridade penal, da criminalização da interrupção da gravidez em todas as situações (mesmo em casos de estupro), da punição exemplar do consumo de drogas entorpecente e da proliferação do uso de armas como forma de defesa pessoal. O sucesso eleitoral de Bolsonaro, apontado pelas pesquisas, não é um fator que se restringe ao pleito presidencial, mas um conjunto de ideias que contrariam avanços civilizatórios já alcançados pela humanidade.

Interesse de classe - Não existem números precisos disponíveis, mas é óbvio que apoiadores de Bolsonaro também são defensores do presidente ilegítimo e do governo sem voto. Parlamentares que formariam uma (improvável) base de apoio do candidato direitista também são favoráveis a medidas supressivas de direitos propostas pelo golpismo. Eles também são defensores ferrenhos da privatização de ativos públicos, especialmente por causa da defesa enfática do equilíbrio das contas e dos interesses de banqueiros e de outros detentores de títulos da dívida pública. O bloco, que deve se unir em torno de Jair Bolsonaro, tem um programa político claramente de direita, alinhado com os interesses das classes dominantes e do golpismo.

Oposição - A contraposição ao exército conservador de Bolsonaro só pode ser feita, de maneira adequada e eficaz, por uma frente de esquerda, que reúna todos os lutadores por direitos sociais populares e todos os defensores da inclusão social. O conjunto dos democratas e progressistas, portadores de um conteúdo que incorporou os avanços da civilização humana, também deve reforçar a aliança para o enfrentamento eleitoral e político contra ideias e propostas que têm a pretensão de decretar uma indesejável e trágica volta ao passado. O enfrentamento deve ultrapassar o período eleitoral para se tornar um movimento permanente em defesa dos avanços sociais, da civilização humana e de uma sociedade justa e igualitária. 

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