terça-feira, 15 de outubro de 2019

Metalúrgicos de São Paulo: 40 anos da greve de 1979

Metalúrgicos - Neste final de semana participei do Grande Encontro dos Metalúrgicos de São Paulo, para celebrar os 40 anos da greve de 1979, quando ocorreu o assassinado o operário Santo Dias da Silva. A ideia é recuperar os acontecimentos de quatro décadas atrás, especialmente porque não existem registros escritos da paralisação e, para boa parte das pessoas, é como se a greve não tivesse acontecido.

Prisões - Na véspera do início da paralisação, mais de 300 metalúrgicos foram presos em vários pontos da maior cidade do país. O objetivo da repressão era impedir que o movimento se iniciasse. Mesmo assim, a paralisação começou e, no segundo dia da greve, o assassinato do operário Santo Dias da Silva revelou outro aspecto da intervenção violenta da polícia. Ele foi assassinato com o objetivo de disseminar o medo entre os grevistas, mas, ainda assim, o movimento cresceu.

Sindicato - A diretoria do sindicato dos metalúrgicos de São Paulo da época foi claramente contra a greve, mas o posicionamento dos diretores da entidade também não foi suficiente para impedir que a greve acontecesse. O movimento foi dirigido, nas regiões, por comandos de greve, formados por lideranças escolhidas nas fábricas, e a Comissão de Salários, responsável pelas negociações com a Federação das Indústrias, foi presidida pelo operário Pedro Pereira do Nascimento (Pereirinha), escolhido em assembleia dos trabalhadores metalúrgicos.

Repressão - O forte aparato repressivo, engrossado pela ação de diretores do sindicato, não foi suficiente para frear a disposição de luta da categoria dos metalúrgicos da cidade de São Paulo. A tentativa de espalhar o medo entre os grevistas também não obteve sucesso, e isso fez com que o movimento ganhasse apoio da sociedade civil, e a greve teve a duração de treze dias, o que viria a influenciar outras categorias de trabalhadores no enfrentamento com o peleguismo e com o governo autoritário.
Presente - A prisão de mais de 300 trabalhadores, na véspera da greve; o comportamento pró-patronal da diretoria do sindicato dos metalúrgicos de São Paulo; e a forte repressão policial não foram suficientes para inviabilizar o movimento e, mesmo depois de transcorridos 40 anos, a influência daquele momento histórico está presente. Muitas das lideranças daquela greve, por exemplo, ocupam postos importantes nas direções de partidos políticos de esquerda e em movimentos sociais populares.

Futuro - Os desafios do futuro vão ser enfrentados, com coragem e determinação, pelos movimentos sociais populares e pelos trabalhadores. As práticas que foram experimentadas na greve de 1979 sempre servirão de referência para as pessoas que se organizam para resistir e serão muito importantes para guiar todas as nossas iniciativas.  

O futebol e a defesa da vida

Espetáculos - Sempre gostei de ir a estádios de futebol. As torcidas sempre me fascinaram. Mais do que as disputas das partidas, as cenas d...