terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

As consequências dos desastres ecológicos

Meio ambiente I - O desastre de Mariana, no interior de Minas Gerais, riscou do mapa uma cidade inteira, mas gerou problemas que só devem se manifestar com o decorrer do tempo. O crime ecológico é responsável, entre outras coisas, pela eliminação de animais que são os predadores naturais do mosquito causador da dengue e da febre amarela. Com a morte dos sapos, populações do inseto se multiplicaram e, posteriormente, se deslocaram para várias regiões do país, provocando surtos e epidemias de doenças que julgávamos superadas. Os responsáveis pelo desastre de Mariana, que ainda não foram punidos, devem ser responsabilizados pelo crime ecológico, mas, principalmente, devem ser apontados como os principais responsáveis pelo surto de febre amarela que chegou à região sudeste do Brasil.

Meio ambiente II - Um novo desastre ecológico foi registrado, mais recentemente, no interior do Pará. A consequência imediata de um vazamento criminosa é a contaminação da água potável, o que castiga a população que mora em cidades próximas do local. A contaminação do lençol freático também atinge o solo e os rios, comprometendo a produção de alimentos, o que pode resultar, em um futuro muito próximo, na disseminação da fome na região norte do país.

Dignidade e civilização humana - A lógica perversa do capitalismo tende a premiar empreendedores que causam desastres ecológicos e que, especialmente por causa disso, obtêm altos lucros. O golpe de 2016 foi pródigo com esses empresários, e a situação só não é ainda mais grave por causa da resistência contra o golpismo e a favor da maioria das pessoas. Enfrentar os golpistas, portanto, não é uma mera tarefa institucional. Defender o meio ambiente, por outro lado, cada vez mais se aproxima mais da luta pela dignidade de todos os seres humanos.

Desemprego e golpismo

Capitalismo e empregabilidade - O desemprego sempre serviu aos interesses do capitalismo liberal. Quanto maior a quantidade de trabalhadores que procuram emprego, piores são as condições de trabalho e mais baixos os salários. Com o aumento do número de desempregados, ocorre uma espécie de leilão ao contrário, ou seja, o trabalhador que oferece sua força de trabalho a preço mais baixo acaba conquistando a preferência dos empregadores. A baixa remuneração do trabalho é responsável, também, pelo desenvolvimento de uma situação geradora de mais desemprego. A diminuição dos custos com mão de obra fortalece a lógica empresarial de buscar mais lucros, e essa perseguição por mais rentabilidade da produção é responsável pela redução contínua dos salários e, por consequência, pelo aumento ainda maior do desemprego.

Estatística - Os números do desemprego são ainda maiores do que o que é divulgado oficialmente. Há uma grande quantidade de pessoas que, por não conseguirem colocação no mercado formal de trabalho, apelam para a economia informal ou optam por abrir negócios próprios. Se somarmos os desempregados que ainda buscam colocação, os empregados do mercado informal e os que optaram por abrir negócios próprios chegaremos a um número superior a 45 milhões de pessoas, um percentual equivalente a mais de 40% da força de trabalho. No Brasil temos um fator de favorecimento dos interesses empresariais. O golpismo conseguiu eliminar regras de contratação de mão de obra mais civilizatórias, o que tornou a vida dos trabalhadores ainda mais difícil. 

A eliminação de direitos trabalhistas, uma das medidas do governo sem voto, pretende reforçar a ofensiva patronal e, no entender dos golpistas, deve atrair investimentos. A ideia do presidente ilegítimo, e de seus apoiadores, é criar, no setor industrial, situação parecida com outros setores da economia brasileira, onde os riscos de prejuízo são mínimos ou não existem. Enfrentar o golpismo e defender a democracia representativa é uma tarefa muito importante dos movimentos sociais populares e dos sindicatos de trabalhadores, mas a luta anticapitalista deve estar no horizonte de todas as pessoas que pretendem superar a lógica que assegura a alta lucratividade e que reforça o papel dos trabalhadores na constituição dos lucros das empresas.  

Seletividade antipetista


Denúncias e suspeitas - O noticiário desta segunda feira se concentrou nos indícios apontados pela polícia federal contra o petista Jacques Wagner. Em mais uma demonstração da seletividade midiática contra o PT, os telejornais apresentaram (com destaque) a suspeita de que ele tenha recebido valores em dinheiro para favorecer empreiteiras na reforma de estádio de futebol utilizado na copa de 2014. O comportamento midiático é superficial e, muito provavelmente, falso. As acusações, muito provavelmente, são falsas, e tem o único objetivo de reforçar os argumentos do antipetismo. Jacques Wagner foi governador da Bahia durante oito anos e, depois de dois mandatos, elegeu o seu sucessor. Foi dirigente do movimento estudantil, sindicalista, deputado federal e ministro nos governos do presidente Lula e da presidenta Dilma.

Perseguição - O objetivo midiático, de perseguir o PT e as figuras públicas ligadas ao partido, fica mais evidente se verificarmos o tratamento dos grandes veículos de comunicação em relação ao presidente ilegítimo e a figuras públicas ligadas ao governo sem voto. Os fatos de Jacques Wagner ter governado a Bahia por oito anos e de ter ajudado a eleger seu sucessor são ignorados pelo noticiário. Também não é citada a obra mais elogiada de sua gestão, a construção do Hospital do Subúrbio, inaugurado em 2010, um equipamento de saúde que mantém um atendimento considerado de excelência, localizado na periferia de Salvador.

Incômodo e oposição - O que mais incomoda o golpismo é a identificação de lideranças do PT com um programa democrático e popular para o país. As denúncias e suspeitas em relação a Jacques Wagner seguem a mesma lógica já utilizada contra Zé Dirceu, João Vaccari e contra o presidente Lula. O objetivo dos golpistas é destruir a alternativa política representada pelo Partido dos Trabalhadores. Querem impor um projeto conservador, materializado em medidas supressivas de direitos, e, para isto, pretendem desacreditar as vozes que se opõem à ofensiva golpista.     

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Espetáculos - Sempre gostei de ir a estádios de futebol. As torcidas sempre me fascinaram. Mais do que as disputas das partidas, as cenas d...