segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Intervenção e golpismo

Pobreza e violência - O conservadorismo sempre preferiu soluções imediatas para a violência, como a generalização do uso de armas, e nunca admitiu que o enfrentamento mais eficaz contra a violência pressupõe, obrigatoriamente, a superação da miséria. A execução sumária de jovens negros, moradores das periferias das grandes cidades, é um dos indicadores que desmentem a ideologia conservadora. O enfrentamento governamental da violência, na imensa maioria das vezes, é feito com o aumento da quantidade de integrantes das forças policiais, com tanques e fuzis apontados para bairros populares e enfrentamentos contra os mais pobres, eternos suspeitos de serem potenciais criminosos. 

Conservadorismo - A lógica da intervenção federal no Rio de Janeiro segue o roteiro conservador. Durante um período de mais de dez meses, as tropas federais estarão presentes nos bairros e comunidades populares, e devem ignorar a movimentação de poderosos traficantes, instalados em luxuosos imóveis em bairros mais abastados. A intervenção militar foi decretada pelo governo sem voto e, por isso, pode ser utilizada (também) para impedir (ou dificultar) manifestações contra medidas supressivas de direitos. Além de reforçar o raciocínio conservador em relação à violência, a intervenção no Rio de Janeiro pretende blindar o golpismo, com a intenção de combater mobilizações populares e de legitimar medidas supressivas de direitos.  

Implantação - O decreto de intervenção militar depende de aprovação do parlamento, mas a subserviência da maioria dos deputados e senadores ao presidente ilegítimo é um indicador de que ele deve ser aprovado. Não é improvável que a ideia ditatorial seja viabilizada "democraticamente". Com a legitimação da intervenção militar no parlamento, a democracia representativa será utilizada, de forma oportunista, pelo golpismo.

Momento -  A intervenção militar no Rio de Janeiro acontece logo depois de um Carnaval em que o governo sem voto foi questionado pelo enredo da Escola de Samba Paraíso do Tuiuti, onde o próprio presidente ilegítimo foi retratado como um vampiro. O desfile foi apontado como tendo feito um pronunciamento que representou a maioria da população brasileira. Não está afastada a hipótese de que as tropas federais sejam utilizadas para combater esse tipo de manifestação.          

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