sábado, 2 de fevereiro de 2019

Humilhação, sobrevivência e luta anti-capitalista

Humilhação - O jogo de empurra que resultou no impedimento de que o presidente Lula comparecesse ao velório e sepultamento de seu irmão mais velho é revelador de um dos objetivos do fascismo. Eles pretendem espezinhar adversários, atacando-os psicologicamente, reduzindo-os a uma categoria inferior de ser humano. O que aconteceu com o presidente Lula é uma demonstração de que a intenção é destruir o indivíduo com o objetivo de combater suas ideias.
Maldade - Os procedimentos adotados pela Polícia Federal e pelo poder judiciário pretenderam (e conseguiram) impedir o direito do presidente Lula de participar do velório e do sepultamento de seu irmão. A Polícia Federal do Paraná, que podia ter liberado a ida do presidente Lula a São Bernardo do Campo, negou o pedido porque sabia que ele seria encaminhado à juíza de execuções penais de Curitiba, que se manifestaria contra a solicitação. O Tribunal Regional Federal que recebeu o recurso à decisão da juíza curitibana confirmou a decisão anterior, por saber que ela seria julgada pelo Supremo Tribunal Federal em cima da hora do enterro, e foi o que aconteceu. 

Inaceitável - O ministro presidente do STF, apesar de ter permitido a ida do presidente Lula a São Bernardo, impôs condições impossíveis de serem atendidas. O corpo do morto e os familiares do presidente Lula teriam que se deslocar a uma unidade militar, onde aconteceria o encontro com o irmão e com familiares. O presidente Lula fez bem em não se deslocar de Curitiba para São Bernardo do Campo. A decisão judicial, além disso, foi tardia. Quando ela foi publicada o sepultamento já tinha acontecido.

Contaminação - Apesar da decisão de apoiar uma candidatura alternativa ao fascismo, Marcelo Freixo obteve apenas 50 votos, menos do que a quantidade de parlamentares eleitos pelo Partido dos Trabalhadores. Antes que comecemos a debater possíveis punições aos infiéis, é importante lembrar que os que votaram contra a deliberação do PT estão contaminados pelo mundo institucional, que o fizeram respeitando a lógica dessa contaminação. Não deve caber qualquer condenação pessoal, uma vez que a lógica da atuação partidária vem sendo dominada pela luta pela ocupação do espaço institucional e, apesar de contrariar decisão específica sobre a disputa, a atitude seguiu a lógica de ocupação de espaços, o que, em muitos casos, pode ser um ato de sobrevivência política, diante do avanço do fascismo.

Unidade - O episódio deve ser interpretado como uma página triste da atuação institucional da esquerda, mas não pode resultar na escolha do caminho fundamentalista da punição a supostos "infiéis". A situação também não pode inviabilizar a construção de uma frente anti-fascista, da qual devem participar integrantes de partidos políticos que não integram o bloco de esquerda que anunciou apoio a Marcelo Freixo. O conteúdo programático da frente anti-fascista será, inevitavelmente,  anti-capitalista e disseminador de proposições civilizatórias, e isso pode assegurar que, na arena  previsível do parlamento brasileiro, algumas deliberações dialoguem com a ação direta dos sindicatos de trabalhadores e dos movimentos sociais populares.   

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