Defensiva - Está claro que a narrativa sobre corrupção serviu (e continua servindo) para a punição seletiva de adversários do sistema. A seletividade antipetista é tão evidente, que denúncias e suspeitas contra outros atores políticos são ignoradas (ou tem suas investigações postergadas), enquanto que acusações sem provas em relação a petistas são investigadas (e julgadas) em tempo recorde. É óbvio que a ofensiva contra o PT e contra a esquerda tem, como objetivo principal, legitimar um projeto político que favoreça os interesses do capital privado. O que mais preocupa é a dificuldade de iniciativa dos movimentos sociais populares, dos trabalhadores e da esquerda. Nessa conjuntura preocupante, estamos correndo atrás dos prejuízos causados pelo golpismo e, desgraçadamente, corremos o risco de sermos superados pela capacidade de iniciativa do conservadorismo.
Calendário - O ano que se inicia será marcado pela realização de eleições gerais que podem reafirmar o projeto conservador, implantado pelo golpismo, ou viabilizar a implantação de um programa democrático e popular, representado pela candidatura do presidente Lula. Ainda é muito cedo para prever um resultado, mas, de qualquer maneira, a limitação ao calendário eleitoral é uma armadilha sempre perigosa. Se vencermos as eleições presidenciais, sempre vamos correr o risco de que um novo golpe recupere o conteúdo de supressão de direitos implantado pelo golpismo. Se formos derrotados nas urnas, podemos ser reduzidos a "substrato de pó de bosta do cavalo do bandido", com a crescente criminalização dos movimentos sociais e a tentativa de sepultamento do programa democrático e popular representado pela candidatura do presidente Lula.

Diferenças - Hoje, a democracia se restringe ao espaço institucional (com flagrante hegemonia das forças políticas conservadoras), e as ações diretas estão limitadas a mobilizações de movimentos sociais populares ligados à luta por terra e por moradia. As mesmas pessoas que assimilaram a verdade de que "há muita gente sem casa e muita casa sem gente" insistem na criminalização de ativistas do MST e dos Movimentos de Moradia, e qualificam como "invasões" as "ocupações" de terras devolutas no meio rural e de imóveis que podem ser desapropriados para a construção de moradias populares.
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