sexta-feira, 25 de agosto de 2017

A greve unificada de 1985

Unificação - As mobilizações de várias categorias, no segundo semestre de 1985, conduziram a uma paralisação que pode ser registrada com uma das mais importantes da cidade de São Paulo. Iniciada em setembro, com os bancários, a greve se ampliou em novembro, com a participação de trabalhadores das indústrias químicas e farmacêuticas, das fábricas de material plástico e de metalúrgicos. 

Unificação II - Trabalhadores químicos e da indústria plástica ainda faziam parte de sindicatos diferentes, e os metalúrgicos eram dirigidos por uma diretoria majoritariamente comprometida com os interesses patronais. A situação adversa não atrapalhou a força da campanha salarial unificada. O comando do movimento era da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que havia sido fundada dois anos antes. A divisão corporativa e a ação dos pelegos não impediram a unidade.

Unificação III - Apesar de ter sido um movimento vigoroso e marcante, notadamente para os trabalhadores, há um silêncio preocupante sobre aquele momento da nossa história recente. O autoritarismo estava nos seus estertores e, naquele mesmo ano, aconteceu a última eleição indireta para a presidência da república. A omissão pode ser interpretada como uma tentativa do conservadorismo de apagar, da memória das pessoas, momentos importantes como aquele. 

Vitórias - O movimento foi amplamente vitorioso. A unificação, uma vitória em si mesma, fortaleceu a Central Única dos Trabalhadores como dirigente das lutas; possibilitou que, mais tarde, os sindicatos dos químicos e plásticos se tornassem uma só entidade; e os resultados econômicos amenizaram os efeitos de um arrocho salarial que já durava vários anos. 

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