terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Desemprego e golpismo

Capitalismo e empregabilidade - O desemprego sempre serviu aos interesses do capitalismo liberal. Quanto maior a quantidade de trabalhadores que procuram emprego, piores são as condições de trabalho e mais baixos os salários. Com o aumento do número de desempregados, ocorre uma espécie de leilão ao contrário, ou seja, o trabalhador que oferece sua força de trabalho a preço mais baixo acaba conquistando a preferência dos empregadores. A baixa remuneração do trabalho é responsável, também, pelo desenvolvimento de uma situação geradora de mais desemprego. A diminuição dos custos com mão de obra fortalece a lógica empresarial de buscar mais lucros, e essa perseguição por mais rentabilidade da produção é responsável pela redução contínua dos salários e, por consequência, pelo aumento ainda maior do desemprego.

Estatística - Os números do desemprego são ainda maiores do que o que é divulgado oficialmente. Há uma grande quantidade de pessoas que, por não conseguirem colocação no mercado formal de trabalho, apelam para a economia informal ou optam por abrir negócios próprios. Se somarmos os desempregados que ainda buscam colocação, os empregados do mercado informal e os que optaram por abrir negócios próprios chegaremos a um número superior a 45 milhões de pessoas, um percentual equivalente a mais de 40% da força de trabalho. No Brasil temos um fator de favorecimento dos interesses empresariais. O golpismo conseguiu eliminar regras de contratação de mão de obra mais civilizatórias, o que tornou a vida dos trabalhadores ainda mais difícil. 

A eliminação de direitos trabalhistas, uma das medidas do governo sem voto, pretende reforçar a ofensiva patronal e, no entender dos golpistas, deve atrair investimentos. A ideia do presidente ilegítimo, e de seus apoiadores, é criar, no setor industrial, situação parecida com outros setores da economia brasileira, onde os riscos de prejuízo são mínimos ou não existem. Enfrentar o golpismo e defender a democracia representativa é uma tarefa muito importante dos movimentos sociais populares e dos sindicatos de trabalhadores, mas a luta anticapitalista deve estar no horizonte de todas as pessoas que pretendem superar a lógica que assegura a alta lucratividade e que reforça o papel dos trabalhadores na constituição dos lucros das empresas.  

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