segunda-feira, 12 de março de 2018

Luta ideológica

Comunicação e realidade - Entendimentos, disseminados pela mídia tradicional, são responsáveis pelo crescimento de um senso comum de interesse das classes dominantes, sempre em conformidade com a ideologia conservadora. Não é raro, na história brasileira, a atribuição de baderna e confusão a movimentos sociais populares. Greves urbanas já foram acusadas de serem causadoras de desemprego em massa; ocupações rurais foram criminalizadas pelos grandes veículos de comunicação; e ocupações urbanas foram apontadas como ações criminosas, e tiveram seus motivos e razões ignorados. O pensamento conservador não conseguiu, contudo, legitimar situações salariais insuportáveis e injustas, como contrapartida da alta lucratividade de empresas e negócios; concentrações de propriedades rurais improdutivas injustificáveis, como consequência da multiplicação de trabalhadores rurais sem terra para plantar; e a existência de imóveis urbanos desocupados e vazios, enquanto aumenta a quantidade de pessoas que não têm onde morar.

O elogio da riqueza - Um aspecto puramente ideológico do entendimento midiático se refere à riqueza de povos e países. A recente divulgação de números do crescimento econômico brasileiro esteve longe de destacar o enriquecimento individual de algumas poucas pessoas e a alta lucratividade de determinados setores da economia de nosso país. Para reforçar a importância do capitalismo liberal, os grandes veículos de comunicação divulgam, frequentemente, imagens felizes de moradores dos Estados Unidos da América do Norte e da Europa, sempre apresentados como países ricos. Na interpretação dos grandes veículos de comunicação, nesses lugares não existem situações de miséria nem moradores de rua. Ao fazer o elogio da riqueza, a mídia tradicional busca reforçar, na opinião pública, o entendimento de que a pobreza só pode ser fruto da desídia, de que o enriquecimento individual só pode acontecer através do empenho pessoal e de que a pobreza e a miséria não existem. .

Justiça e inclusão social - A paisagem real, no entanto, não corresponde ao pensamento midiático capitalista. O crescimento econômico só é possível por causa da crescente miséria de milhões de pessoas; os lucros do agronegócio só são viabilizados porque existem milhões de trabalhadores rurais sem terra; e a alta lucratividade dos negócios imobiliários é arrancada às custas da especulação imobiliária. A solidariedade humana é responsável por diminuir o sofrimento de milhões de pessoas, mas essas ações individuais não conseguirão, nunca, eliminar desigualdades e injustiças. Mudanças estruturais urgentes, uma luta permanente de mulheres e homens, podem instituir um mundo mais fraterno e mais justo e, finalmente, estabelecer uma organização social em que haja, efetivamente, justiça e inclusão social.   

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