domingo, 30 de dezembro de 2018

Perspectivas e desafios para 2019

Preocupação - O ano de 2018 está perto de terminar, e ficará marcado, na história brasileira, como o período em que valores e comportamentos foram decisivos na escolha política das pessoas. É assustador que a eleição mais recente tenha sido decidida em razão de valores que eram considerados ultrapassados. É preocupante que esse tipo de comportamento (homofóbico, machista e racista) tenha servido para definir uma eleição presidencial.

Estratégia - Os valores que definiram a eleição funcionaram como estratégia de marketing de um bloco político que está no poder, há bastante tempo, em nosso país. Era preciso eliminar qualquer obstáculo ao caminho econômico ultraliberal e, por isso, o inimigo escolhido foi o PT, criminalizado em sua atuação política. O candidato da legenda da estrela foi impedido de participar da eleição, porque representava uma possibilidade concreta de vitória eleitoral da inclusão social.

Inclusão - A utilização de um arsenal de mentiras contra o PT funcionou eleitoralmente, mas, por outro lado, foi responsável por produzir uma unidade que nunca foi vista na história brasileira, e que pode crescer politicamente, reunindo forças políticas democráticas e antifascistas. As mobilizações das mulheres, dos homossexuais e dos negros, por exemplo,  tendem a ser assimiladas por multidões cada vez maiores.

Hegemonia - A produção de "fake-news" da campanha do "coiso" contribuiu para que ele vencesse a eleição e, ao mesmo tempo, formou um bloco político importante, que comandará o país pelos próximos quatro anos. A expectativa positiva no futuro governo é de mais de 65%, mas isto também significa que os restantes 35% discordam dele e do programa político que o elegeu. 

Resistência - O adiamento do debate sobre a censura nas escolas e a aprovação do programa nacional de redução de agrotóxicos são indícios de que a aliança entre a mobilização popular e a ação parlamentar institucional pode ser bem sucedida na resistência. a suspensão do debate sobre "escola sem partido" aconteceu por causa da mobilização de estudantes e professores; e o programa de redução do uso de agrotóxicos, aprovado por uma comissão de deputados, foi elaborado a partir da iniciativa de entidades ambientais e da organização de agricultores familiares.

     

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