
Gradualidade - A redemocratização do final dos anos 70 do século passado não teve a hegemonia popular que poderia ter tido e, especialmente por isso, tivemos que engolir uma anistia que perdoou torturadores e uma retomada do processo eleitoral que, no primeiro momento, excluiu a escolha direta de cargos executivos importantes. A emenda que restabeleceria eleições diretas para presidente da república foi derrotada no parlamento, e tivemos que esperar até 1989 para escolher o mandatário executivo federal.

Polarização - A classe dominante pretende repetir o modelo já utilizado outras vezes, excluindo da luta contra o fascismo os que são considerados "muito radicais". Um dos componentes dessa operação midiática é a narrativa de que existe uma polarização na sociedade brasileira, e que a saída para essa situação seria o sucesso eleitoral de figuras públicas de centro. O raciocínio dos antipetistas desconsidera que o espaço para a neutralidade, diante da polarização, é cada vez menor. O candidato Marcio França recusou-se a associar seu nome ao PT e foi derrotado. O raciocínio estúpido e centrista desconhece, também, que não existe petista ou esquerdista disposto a cometer "haraquiri político".
Rebeldia - Não é verdade que o povo brasileiro seja passivo e submisso diante da dominação. Um dos exemplos da luta do povo brasileiro é a "Revolta da Chibata", ocorrida em novembro de 1910. Marinheiros se revoltaram contra castigos físicos que eram aplicados na marinha brasileira, e tomaram a esquadra de navios de guerra que, na época, estava fundeada na baía de Guanabara. Com canhões apontados para a cidade do Rio de Janeiro, os revoltosos conquistaram um acordo que abolia os castigos físicos na Marinha e indicaram João Cândido Felisberto para ser almirante.

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