
Referência - Mesmo diante de enormes dificuldades, construímos, ao longo do tempo, uma hegemonia política que não é desprezível. É possível afirmar, sem medo de errar, que a sociedade brasileira se divide, hoje, entre o PT e a esquerda, de um lado; e os defensores políticos do capitalismo liberal, do outro lado. Somos o resumo da luta anti-capitalista no Brasil.

Dificuldade - A ausência de uma classe operária urbana ativa e mobilizada, especialmente provocada pelo avanço das tecnologias e pelo esvaziamento da ação sindical é outro aspecto das dificuldades atuais do PT. Manifestações públicas recentes não contam mais com um contingente operário importante. As presenças populares mais significativas nos atos públicos tem sido de ativistas dos movimentos de moradia e de sindicatos de servidores públicos.
Limitações - Ao celebrarmos 40 anos de história do PT, temos que considerar que avançamos em relação aos direitos das mulheres, dos negros e dos homossexuais, mas, ao mesmo tempo, temos que reconhecer que esses avanços foram insuficientes para eliminar a misoginia, o machismo, a homofobia, o racismo e a violência que ainda existem na sociedade brasileira. Ter a certeza de que estamos no caminho certo será, sempre, uma demonstração dos nossos limites.

Posicionamento - Nosso desafio mais importante, neste momento, é transformar o conteúdo programático que sempre defendemos em políticas públicas exequíveis, no curto prazo. Nas disputas eleitorais municipais, de outubro próximo, devemos reforçar nosso posicionamento anti-capitalista, revestindo esse posicionamento de conteúdos concretos que dialoguem com os movimentos sociais populares e, ao mesmo tempo, com a parcela da população que apoia ideias conservadoras.
Desafio - O principal problema que devemos enfrentar está na urgência de organizar os trabalhadores urbanos que, neste momento, são numerosos, mas que não têm participação ativa em nenhum tipo de associação ou sindicato. Os empregados das empresas de telemarketing e das redes de lanchonetes de comida rápida (por exemplo) estão, ainda, desorganizados na defesa de seus interesses e reivindicações. Esta desorganização sindical, em certa medida, é responsável por não termos conseguido, ainda, dialogar com uma parcela importante de pessoas.
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