quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Violências evitáveis

Tiros I - Os tiros disparados contra uma multidão, na cidade de Las Vegas, revelam a consequência desastrosa da liberalização da venda de armas de fogo. As mortes foram causadas por um ato insano, mas só aconteceram porque nos Estados Unidos da América do Norte a comercialização de armas não sofre qualquer tipo de restrição importante, podendo acontecer em qualquer supermercado, ou diretamente entre pessoas interessadas em vender ou em comprar. A tragédia não deve mudar a legislação norte-americana sobre o tema. Há um poderoso lobby da indústria de armas, muito atuante junto a deputados e senadores de lá, e o atual presidente norte-americano tem se declarado favorável aos interesses comerciais da indústria de armas.

Tiros II - As vítimas de Las Vegas (mais de 50), assistiam a um festival de música country. Em um episódio recente, as vítimas eram frequentadores de uma casa noturna. A mídia tradicional trata ambos os fatos como "tiroteio", o que não corresponde, exatamente, à verdade. Nas duas ocasiões a loucura e o preconceito, potencializados pela comercialização livre de armas e munições, produziu mortes que poderiam ter sido evitadas. No caso dos tiros disparados, no ano passado, em uma boate da Flórida, o alvo foi a comunidade LGBT (49 mortos). Em Las Vegas, o atirador matou admiradores de um estilo de música que, provavelmente, ele não gostava.  

Tiros III - No Brasil, a indústria bélica também é influente no parlamento. A bancada da bala (financiada por fabricantes de armas) tem conseguido liberalizar a comercialização, com a justificativa de que a posse de uma arma possa servir de defesa ao cidadão comum. A falácia armamentista é responsável por inúmeras mortes violentas, e as vítimas, na maioria dos casos, são jovens pobres moradores das periferias. 

Violência - Nos Estados Unidos da América do Norte e no Brasil há uma escalada perigosa da cultura da violência. Essa cultura perversa é responsável, entre os norte americanos, pelo costume de ter uma arma em casa. Em alguns casos, as pessoas mantém um arsenal completo em seu poder, com a justificativa de defesa pessoal, mas que têm, como consequência, a ocorrência de fatos violentos lamentáveis e evitáveis. O documentário "Tiros em Columbine", do diretor e documentarista Michael Moore, retrata bem essa realidade norte-americana. Ele pode ser encontrado nas locadoras, e um comentário interessante sobre o filme pode ser acessado no link https://felipetbueno.wordpress.com/2010/10/24/resenha-filme-tiros-em-columbine/.

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