sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Contra o golpe e a favor da inclusão

Formatura - Filha de mãe solteira, Michele Alves ouviu, de uma professora, no início do curso de direito da PUC de São Paulo, que "até a filha da empregada, que faz direito na 'Uniesquina', estuda por sinopse", um jeito de desestimular a aplicação dos seus alunos e, ao mesmo tempo, uma atitude discriminatória em relação a bolsistas como ela. Depois de chorar junto com a mãe e de pensar em desistir da faculdade, Michele decidiu continuar o curso de direito, e passou a dizer às pessoas que não podem desistir, que devem ocupar os espaços. Na solenidade de colação de grau, ela contou a história de cinco anos atrás, e se apresentou como representante de "filhos e filhas do gari, da faxineira, do pedreiro, do motorista e da mãe solteira".

Premiação - Karina Biondi, uma pesquisadora da Universidade Federal de São Carlos, ganhou o prêmio de melhor livro de 2017, conferido pela Associação para a Antropologia Política e Jurídica, ligada à Associação Americana de Antropologia.  A obra, chamada "Compartilhando esse caminho - uma etnografia da vida na prisão e o PCC no Brasil". Em seu discurso de agradecimento pelo prêmio, Karina declarou que a premiação "é uma demonstração  de vitória de todos aqueles que denunciaram e lutaram contra o colonialismo, na antropologia, nas políticas acadêmicas e nas políticas estatais". Ela destacou, ainda que "foi a expansão do ensino e pesquisa no Brasil, promovido pelo governo Lula, que criou as condições de possibilidade para que eu ingressasse em uma pós graduação ainda recém criada, fora dos tradicionais centros de pesquisa". Karina Biondi denunciou, em seu pronunciamento, que "essas condições de possibilidade estão ameaçadas pois as políticas implementadas nos anos Lula estão sendo desmontadas" mas afirmou que "no Brasil, estamos em luta para evitar a volta daquele modelo colonialista, que concentra em poucos centros de pesquisa a prerrogativa de fazer ciência".

Educação de qualidade - As histórias de Michele e de Karina resultam de um investimento em educação de qualidade que só são possíveis com altos investimentos públicos. Os cortes de gastos promovidos pelo governo sem voto, por ordem do golpismo, pretendem tornar impossível a repetição dessas histórias. A inversão de prioridades, proposta e executada pelo PT, é a forma de compensar séculos de exclusão educacional, e de tornar concreta e prática a defesa da educação de qualidade para todos e todas. A defesa da candidatura do presidente Lula tem o objetivo de recuperar o verdadeiro sentido do papel do poder público, que deve ser o de promover a cidadania e a inclusão educacional e social, ao invés de favorecer os interesses de  banqueiros e empresários, como prefere o golpismo e o governo sem voto.  

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