terça-feira, 13 de março de 2018

Igualdade, liberdade e justiça social

Sem efeito - Anunciada com alarde pelo governo sem voto, a intervenção federal militar no Rio de Janeiro não fez efeito, especialmente porque os problemas de segurança pública de qualquer grande cidade não podem ser resolvidos com o aumento de ações militares. Seria necessário, juntamente com o crescimento do policiamento ostensivo, que fossem realizadas intervenções sociais nos bairros populares, com o objetivo de promover a cidadania e a autodeterminação das populações locais, dominadas pelo crime organizado. Do jeito que aconteceu, a intervenção federal militar representou apenas um lance de propaganda, uma vez que é grande a sensação de insegurança da população, como é enorme a impopularidade do presidente ilegítimo. Do jeito que aconteceu, a intervenção federal militar significou, claramente, uma penalização dos mais pobres, moradores da periferia, sujeitos a abordagens e fichamentos. A solução mais razoável seria a ocupação das periferias, com a ampliação dos serviços de saúde, de educação e de lazer, mas o governo sem voto escolheu combater o crime organizado, exclusivamente, através das armas.

Democracia - A importância da luta democrática, em todos os momentos, precisa ser destacada na atuação da esquerda e de todas as pessoas que lutam por um mundo melhor e mais igual. Ainda que o capitalismo seja injusto e excludente, a existência de regras democráticas, mesmo no atual sistema, pode contribuir para o combate permanente das injustiças sociais. Desgraçadamente, no entanto, não é isso o que acontece no Brasil. As regras da democracia em nosso país sempre serviram ao poder econômico, e leis mais justas e igualitárias sempre foram rejeitadas pela maioria parlamentar, construída com apoio de empresas e empresários.

Liberdade - A liberdade sindical, uma luta histórica dos trabalhadores, nunca ultrapassou as portas dos locais de trabalho, legitimando, em fábricas e escritórios, a exploração da mão de obra. A recente desregulamentação de direitos, conquistados ao longo da história, pode piorar ainda mais a situação. Um dos objetivos do golpismo é enfraquecer os sindicatos de trabalhadores, e oficializar uma realidade perversa que, através da contratação individual, contribui para diminuir o valor da força de trabalho e para aviltar as péssimas condições existentes nos locais de trabalho. A resistência dos sindicatos de trabalhadores pode ser eficaz, mas, para que isso aconteça, será preciso um apoio maciço do conjunto da população, o que ainda não vem acontecendo. Tem prevalecido, infelizmente, o discurso conservador e golpista, que busca concentrar a divergência dos sindicatos com a reforma trabalhista no fim do imposto sindical.   

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