sexta-feira, 13 de julho de 2018

Igualdade e justiça social

Insuficiente - O pensamento socialista, com origem na militância dos sindicatos de trabalhadores e dos movimentos sociais populares, teve papel preponderante na construção da CUT e do PT, mas, infelizmente, não foi suficientemente forte para implantar um modelo de sociedade com mais inclusão social, imune a retrocessos como os que estamos assistindo, agora, depois do golpe de 2016.

Democracia - A democracia representativa, um avanço muito importante, se limitou ao espaço institucional e, neste aspecto, não crescemos o suficiente para enfrentar o conservadorismo que, materializado nos governos autoritários do período militar, hoje, se expressa através do poder judiciário e da mídia tradicional.

Parlamento - O espaço parlamentar, onde poderíamos apresentar propostas e projetos de interesse da maioria da população, vem se tornando lugar de legitimação das desigualdades. O governo sem voto se especializou em utilizar suas bancadas parlamentares para impor medidas supressivas de direitos, e para assegurar a impunidade do presidente ilegítimo. O parlamento brasileiro vem servindo a interesses econômicos dos poderosos, em detrimento da maioria da população, como recentemente, no episódio que abriu caminho para uma nova regulamentação do uso de agrotóxicos.

Limites - A construção política que fizemos serviu para que chegássemos ao ponto que chegamos. O principal resultado das lutas que travamos é o PT, agremiação partidária com abrangência nacional, e que tem, entre seus quadros militantes, o principal candidato presidencial para 2018 e a presidenta eleita do país. Isso não impediu, contudo, que ele fosse aprisionado arbitrariamente e que ela fosse destituída injustamente.

Mobilização I - Os momentos em que estivemos mais próximos de vitórias políticas importantes aconteceram quando conseguimos combinar nossa intervenção institucional com a luta direta. Recentemente, o poder executivo paulistano teve que recuar na tentativa de implantação da reforma previdenciária municipal por causa de uma greve dos servidores municipais. 

Mobilização II - Devemos entender que o caminho, que combina ação institucional com luta direta, deve ser utilizado em todas as situações onde, sem essa combinação, podemos ser derrotados. A supressão de direitos só será impedida pela resistência organizada e unificada dos sindicatos de trabalhadores; o pacote do veneno só será derrotado pela ação articulada dos camponeses e da população; e a inscrição da candidatura do presidente Lula só vai ser garantida com uma vigorosa mobilização de massa que assegure a sua presença na eleição de outubro.

Desafio - Os interesses dos trabalhadores e das classes populares só serão assegurados pelo enfrentamento permanente. A revogação de medidas supressivas de direitos, implantadas pelo governo sem voto, só será conquistada com muita mobilização. A democracia representativa servirá para que a voz da população se manifeste, nas urnas, e para que os representantes desses interesses estejam, sempre, presentes no parlamento. A mobilização dos trabalhadores e dos movimentos sociais populares, no entanto, será a garantia mais forte de que essa representação institucional nunca esteja sozinha ou isolada, e que, juntos, vençamos o desafio de implantar a igualdade e a justiça social.       

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