quarta-feira, 25 de julho de 2018

Política e poder econômico

Doações - O financiamento da disputa política, em nosso país, foi planejado para favorecer o poder econômico e, ao mesmo tempo, para reforçar o domínio da economia capitalista sobre o espaço institucional. As doações a candidaturas sempre funcionaram como investimentos em mandatos eletivos futuros, assegurando que os ocupantes de cargos públicos, uma vez eleitos, se tornem reféns de seus doadores.

Exceções I - São poucos os parlamentares que não sejam comprometidos com os interesses dos poderosos. A democracia representativa, por outro lado, possibilitou o crescimento de ideias e projetos que, conjunturalmente, enfraquecem os interesses do capital e a defesa da prevalência da propriedade privada sobre os direitos coletivos e, por outro lado, reforçaram as lutas dos trabalhadores e dos movimentos sociais populares.

Exceções II - A combatividade de valorosos parlamentares alinhados com os interesses populares, no entanto, nunca foi suficiente para uma mudança de cenário significativa. Dos mais de quinhentos deputados federais em Brasília, pouco mais de 15% votam contra os projetos patrocinados pelo capital privado. 

Agricultura - O episódio mais recente do enfrentamento contra os interesses empresariais, no parlamento brasileiro, ocorreu quando da votação da flexibilização do uso de agrotóxicos. Parlamentares comprometidos e financiados pelo agronegócio insistiram na defesa de um projeto que, se implantado, vai envenenar trabalhadores rurais e moradores do entorno das lavouras, além de contaminar alimentos consumidos por toda a população.

Redução - A defesa dos interesses do capitalismo já provocaram, em vários momentos, o sucesso de políticas de contenção de gastos públicos que, colocadas em prática, resultaram na eliminação de políticas públicas de inclusão social e de distribuição de renda. Os poderes públicos sempre foram tratados, pelo capital, como forma de viabilizar (e favorecer) a lucratividade de negócios privados. 

Domínio - Os tentáculos do capital privado se estendem para outros espaços, e dominam os encaminhamentos (e decisões) do poder judiciário, do ministério público, da grande mídia e da polícia. Não são poucos os casos de incriminação seletiva, por iniciativa dos donos do dinheiro. Um episódio recente (e conhecido) se refere ao Padre Amaro, religioso do norte do país e continuador do trabalho da religiosa Dhoroty Stang, preso depois de acusações e armações, e mantido detido por mais de noventa dias, sem qualquer prova.


Absurdo - No caso do Padre Amaro o absurdo é imenso. Ele foi acusado por "associação criminosa" e foi solto porque é o único acusado desse crime. O ministro Rogério Schietti Cruz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), baseou-se no fato de não haverem outros agentes envolvidos no tal "esquema criminoso", o que "afasta a existência de organização criminosa".  

Lula - Depositário das esperanças da maioria do povo brasileiro, o presidente Lula foi preso sem provas, e continua detido em Curitiba. O objetivo da operação, que envolveu o poder judiciário e a polícia federal, é evitar que ele concorra à eleição de outubro. Se ele disputar o pleito, a possibilidade de que ele seja eleito é muito grande e, uma vez no governo, um de seus compromissos é a revogação de todas as medidas implantadas pelo governo sem voto, por ordem do poder econômico.

Enfrentamento - A única forma de contraposição ao poder ilimitado do dinheiro (em todos os espaços) é o fortalecimento das mobilizações dos sindicatos de trabalhadores e dos movimentos sociais populares. O presidente Lula vai ser candidato, com a força do povo, e nós vamos eleger uma bancada de apoio parlamentar que seja capaz de dar sustentação ao processo de revogação das medidas anti-povo do governo sem voto.      

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