terça-feira, 18 de setembro de 2018

Fascismo, golpismo e unidade

Violência - O mais perigoso dos desdobramentos da cultura de ódio é o crescimento e a legitimação de comportamentos autoritários e violentos, especialmente contra os excluídos. A invasão da polícia, em um local de acolhida para moradores de rua, é um sinal de que a pregação odiosa também reforça a sensação de impunidade já existente no comportamento de autoridades da segurança pública.

Linchamento - Os confrontos contra imigrantes venezuelanos, no norte do país, revelam uma outra face da cultura de ódio. Além de incentivar manifestações de intolerância em relação a estrangeiros, o discurso fascista pretende legitimar as ações violentas que resultaram na morte de um refugiado e, com isso, apoiar a política dos Estados Unidos da América do Norte em relação ao governo democraticamente eleito do país vizinho. É revoltante que exista uma espécie de concordância tácita, de parte da população, com os atos violentos.

Comportamento - A invasão de página produzida e administrada por mulheres é apenas um aspecto do comportamento perigoso dos seguidores do candidato da direita. Eles se especializaram em usar as redes sociais para disseminar suas ideias e projetos, e se utilizam de todos os recursos para alcançar seus objetivos. Uma tática utilizada por eles é a da provocação. Não são poucos os casos em que os degenerados invadem perfis pessoais e grupos identificados com a luta contra o fascismo somente para causar irritação em quem lê e revolta em quem se sente invadido.

Perigo - A menos que o antipetismo vista o uniforme do fascismo e viabilize seu sucesso eleitoral, é improvável que o candidato da direita vença a eleição. Suas ideias e projetos representam um exagero, mesmo para o conservadorismo brasileiro. É necessário reconhecer, por outro lado, que a propaganda fascista já foi longe demais em seus objetivos. Ao disseminar o ódio aos estrangeiros, aos negros, aos pobres, às mulheres e aos homossexuais, o discurso fascista conseguiu reunir um conjunto de imbecis que, mesmo que pensasse da mesma maneira antes, nunca tinha se sentido parte de um time.


Unidade - Não foram poucas as vezes, na história brasileira, em que tivemos que aceitar o "menos pior" para evitar um "mal maior". Já recuamos, muitas vezes, em nossos objetivos imediatos, em nome da unidade para evitar o caos. Os defensores da candidatura presidencial do PDT tentam reeditar essa lógica, mas o apelo à unidade, neste caso específico, não deve fazer efeito, especialmente porque a candidatura de Fernando Haddad é a única que pode reverter as medidas do golpismo. Os pedetistas de sempre e os defensores conjunturais da candidatura presidencial de Ciro Gomes serão aliados valorosos na luta contra o fascismo, mas o PT não abre mão de ser o protagonista principal desse enfrentamento. 

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