
Política - De início, confesso que não me entusiasmei com o PT. Só formalizei minha filiação partidária quando percebi que a luta sindical conquistava aumentos de salários e melhorias nas condições de trabalho mas tinha poucos meios para manter esses avanços. A transformação de conquistas pontuais e localizadas em políticas públicas generalizadas dependia de decisões dos poderes públicos e, para que isto acontecesse, era necessário que tivéssemos presença nas casas parlamentares e nos governos.
Ditadura - O restabelecimento da democracia possibilitou o retorno de exilados, e propiciou que companheiros e companheiras que viviam na clandestinidade passassem a ter uma vida normal (ou quase isso). Durante o período autoritário foram muitos os que enfrentaram a tortura e o exílio. Lembranças de interrogatórios terríveis afetam, psicologicamente, muitos dos que enfrentaram a ditadura. Há famílias que nunca conseguiram encontrar os corpos de mortos pelo regime.
Violência - Os valores da época da ditadura estão ressurgindo, com novos porta-vozes, e buscando a legitimidade das urnas. Não conseguimos promover julgamentos dos criminosos que estiveram a serviço do regime e, especialmente por isso, muitos deles são desconhecidos da maioria da população. Os grandes veículos de comunicação tratam os atuais porta-vozes do autoritarismo com normalidade, A atitude midiática não é somente injusta, é também falsa e de má-fé. Ao afirmar que há uma polarização da campanha eleitoral, a mídia tradicional reforça uma mentira de que há violentos dos dois lados, e ignora totalmente o discurso de ódio do "coiso".
Muro - Dois partidos políticos, conhecidos nacionalmente, acabam de decidir pela neutralidade no segundo turno da eleição presidencial. O PSDB e o DEM acabam revelando o perfil autoritário de seus integrantes e dirigentes. O muro da indecisão já foi ocupado, algumas vezes, pelos tucanos, mas a neutralidade, neste momento, é um reforço ao candidato que sente saudades da ditadura e que enaltece a biografia de torturadores. No caso do DEM, projetado nos porões da ditadura, o apoio ao "coiso" não seria espantoso ou surpreendente. Mas eles preferiram acompanhar os tucanos em cima do muro, como uma forma "não explícita" de apoiar o autoritarismo.

Otimismo - Acredito em um futuro melhor e mais justo para todos os seres humanos. Acho que vamos vencer a batalha de 28 de outubro e, com isso, creio que a democracia e o bom senso vão prevalecer. Estou preocupado que não conseguiremos realizar mudanças necessárias urgentes, e que, mais adiante, teremos novos desafios a enfrentar, mas acredito que seguiremos lutando para mudar o mundo e para mudar o mundo mudado.
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