sexta-feira, 31 de maio de 2019

Desafios organizativos e luta democrática

Fascismo - Juntamente com a defesa da ideia de reformar a previdência, os apoiadores do "coiso" também defendem o fechamento das universidades federais, o fim dos programas sociais e o cortes de gastos públicos, em todos os níveis. O conteúdo fascista pretende reforçar a pauta conservadora do governo federal, mas, essencialmente, quer legitimar uma situação em que os ricos fiquem cada vez mais ricos e que os pobres sejam condenados, eternamente, a viverem situações de exclusão.

Manifestações - A ofensiva golpista não acontece sem contestação. No dia 15 de maio, estudantes e trabalhadores ocuparam a Avenida Paulista em defesa da educação pública, contra a reforma da previdência pretendida pelo fascismo e contra os cortes de investimentos. A mesma mobilização se repetiu nesta quinta feira (30 de maio), desta vez no Largo da Batata (foto). Manifestações com o mesmo conteúdo aconteceram em todo o país.

Ideologia - O conteúdo das manifestações a favor do governo do "coiso" é explícito. Os seguidores do fascismo são defensores corajosos da homofobia, do racismo e da misoginia. Além da pauta conjuntural (reforma da previdência e corte de gastos públicos), eles também defendem que orientações sexuais diferentes da heterossexualidade são anormalidades imperdoáveis, que negros são seres humanos inferiores e que mulheres devem se submeter aos homens.

Convencimento - Esse conteúdo explícito revela uma identificação ideológica com o "coiso", o que deve facilitar a produção de conteúdos anti-fascistas, mas existem manifestantes a favor do governo que foram convencidos pelo discurso antipetista, muito comum na mídia tradicional, e que por isso, podem ser sensíveis à defesa de valores que foram incorporados pela civilização humana, como o respeito à orientação sexual; a igualdade entre todos os seres humanos, independente da cor da pele; e a autodeterminação das mulheres.

Problemas - Para fazer esse convencimento ideológico, é essencial ocupar espaço nos conselhos e comissões, reforçando um protagonismo que somente um governo democrático e popular pode propiciar. O período entre 2003 e 2014 (durante os governos do presidente Lula e da presidenta Dilma) poderia ter sido utilizado pela esquerda para a ocupação desses espaços, mas, desgraçadamente, estivemos ocupados com a gestão pública, o que nos tornou excessivamente institucionais e nos afastou dos movimentos sociais populares.

Desafio - Nosso maior desafio no próximo período é o de construir o protagonismo popular, a partir organizações sociais, de conselhos e comissões, especialmente nas periferias das grandes cidades. É essencial que, ao mesmo tempo, sejamos capazes de reconquistar e fortalecer a democracia, única forma de superar o fascismo e de retomar os valores da civilização humana.

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