Divergências - A confusão interna, envolvendo filiados do partido do "coiso", está sendo tratada, na mídia tradicional, com uma normalidade que não é digna desse tratamento. A agremiação, que reuniu simpatizantes e seguidores do atual presidente da república, foi formada para a disputa política com o PT e com a esquerda e, também, para a disseminação de ideias conservadoras, não deve ter vida longa.
Influência - A relativa importância do PSL na vida institucional brasileira pode ser efêmera. Se deveu à filiação partidária do "coiso" e à identificação explícita da legenda com valores conservadores. O primeiro motivo, com o crescimento da desaprovação popular ao governo federal, está com os dias contados. A identificação com valores conservadores, por outro lado, pode ser assumida por partidos políticos como o DEM, o que deve diminuir a quantidade de filiados e simpatizantes da legenda do atual presidente.
Ideologia - Ideias conservadoras estão presentes nos programas de vários partidos. Valores como o preconceito racial, a homofobia e o machismo estão impregnados no cotidiano das pessoas, e não dependem (diretamente) de nenhuma agremiação partidária para existirem. A partidarização desses valores, transformados em temas importantes da última campanha eleitoral, conquistou adeptos e eleitores para o "coiso" e para o Partido Social Liberal, o que não significa, entretanto, que isso seja duradouro. Não será surpresa que outra agremiação ou candidato conseguirem capitalizar esse sentimento de parte da população brasileira.
Religiosidade - O pensamento conservador sobrevive (e se fortalece), também, por causa da influência das igrejas na vida brasileira. Há uma tendência real de que valores e princípios religiosos sejam muito valorizados no espaço público. A criminalização do aborto, por exemplo, existe para contentar argumentos religiosos de "defesa da vida", mas não resiste ao argumento racional de que a prática é legalizada, desde que a mulher (ou a família dela) tenham dinheiro suficiente para contratar um obstetra de confiança, uma clínica com ótimas condições sanitárias e também para impedir que ela seja acusada criminalmente pelo procedimento.
Luta de classes - A conformidade com a pobreza também tem fundo religioso. Há uma interpretação equivocada, em todas as igrejas, de que a existência de ricos e pobres é uma criação divina. A visão desconsidera totalmente o fato histórico de que a humanidade, desde que ela existe, viveu em condições igualitárias na maior parte do tempo.
História - A falsificação grosseira (e inexplicável) de fatos e períodos da história da humanidade é uma prática muito usual de alguns religiosos. O artifício é utilizado, na maioria das vezes, para justificar posicionamentos conservadores. Há religiosos que afirmam que a igreja católica foi responsável pela abolição da escravatura, quando é sabido que, na época, bispos e padres chegaram a afirmar que "os negros não têm alma", o que justificou a escravidão.
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