sexta-feira, 18 de maio de 2018

Senso comum e ideologia

Dirceu - O anúncio midiático da volta de José Dirceu à prisão é um artifício dos grandes veículos de comunicação para encobrir o envolvimento de golpistas em denúncias e suspeitas de corrupção. As notícias negativas sobre figuras públicas do PT funcionam como tentativas de demonstrar a inocência de golpistas. No caso de Dirceu, no entanto, a ideia midiática é a de criminalizar o conjunto do PT e a esquerda. Ele é uma liderança importante, e a sua detenção é uma tentativa inútil de aprisionar ideias de mudança e de transformação da sociedade, defendidas por Zé Dirceu, e assimiladas por militantes e ativistas do PT e da esquerda.

Criminalização - O objetivo do golpismo, de criminalizar o PT e a esquerda, se dirige, também, aos movimentos sociais populares. A tragédia recente, com o incêndio e desabamento de um prédio no centro de São Paulo, foi noticiada de modo a culpar as vítimas e, posteriormente, serviu para que as lideranças do movimento de moradia fossem atacadas. A intenção do golpismo vai além da punição individualizada dos que discordam da lógica perversa do capitalismo. O que os golpistas pretendem é impedir que qualquer movimento anticapitalista tenha reconhecimento diante da opinião pública.

Especulação - Os grandes veículos de comunicação buscam forçar uma divisão no PT e na esquerda. A insistência em relação a um inexistente "plano B" chega a ser irritante. O cálculo eleitoral de governadores, que carecem de um palanque para suas campanhas, não é incompatível com a defesa da candidatura do presidente Lula. As candidaturas presidenciais de partidos políticos aliados ao PT não ignoram o fato de que a possibilidade real de vitória eleitoral da esquerda em 2018 é com a candidatura do presidente Lula.

Condenações - O golpismo aposta no entendimento limitado de que existe uma infalibilidade do judiciário. É muito difundida a ideia de que réu condenado (e preso) é, necessariamente, culpado. O raciocínio, não é uma unanimidade na opinião pública e na população. O presidente Lula continua liderando todas as pesquisas de intenção de voto, ainda que esteja preso e que tenha sido condenado. Isto significa que as decisões judiciais não gozam de credibilidade junto à população, e que podem ser modificadas.

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Seletividade revoltante

Rapidez - A seletividade antipetista acaba de fazer mais um serviço ao golpismo. O companheiro Maninho, conhecido militante do PT de Diadema, está preso, acusado injustamente de tentativa de homicídio. A decisão judicial acontece com rapidez espantosa. Os fatos que deram origem à acusação ocorreram no dia 5 de abril. Um maluco provocador tentou investir contra o Instituto Lula, e foi contido por militantes do PT. Entre os petistas que enfrentaram as provocações estavam Maninho e Leandro (também militante do PT de Diadema e filho dele). Depois de ser contido, o maluco provocador foi atropelado e, por causa disso, foi conduzido a um hospital.

Acusação - A acusação contra os companheiros Maninho e Leandro é completamente descabida. A sentença cita a necessidade de punir exemplarmente comportamentos violentos, e isso pode significar, para antipetistas e para pessoas desinformadas, um sinal de que a impunidade não deve ser tolerada. A decisão, no entanto, revela um comportamento tendencioso do poder judiciário, que é muito mais rigoroso contra os petistas. A mesma celeridade de policiais e juízes não se verifica em relação a agressores armados, como os que atacaram a caravana do presidente Lula e os que mataram a vereadora Marielle Franco e seu motorista.

Exemplo - É revoltante que a decisão judicial pretenda mostrar os militantes do PT como agressores perigosos. Para alcançar esse objetivo, a juíza que proferiu a decisão contou com o apoio explícito da mídia tradicional. A punição foi noticiada com estardalhaço, e em rede nacional, com o objetivo claro de atacar o PT. Nós, os petistas somos bons exemplos para mais de 20% da população do país, enquanto que o poder judiciário é desaprovado por mais de 90% do povo brasileiro.

Ódio - A intenção da decisão judicial e da divulgação midiática é a de alimentar o discurso de ódio que, felizmente, ainda é minoritário em nossa sociedade. A falta de credibilidade do judiciário e da mídia, no entanto, não impedem a eficácia de suas investidas. O cuidado, para todos os petistas e para a esquerda, é saber, sempre, que seremos atacados e, conscientemente, dialogar sobre isso com a população. A insanidade odiosa da ofensiva golpista será derrotada porque a verdade está do nosso lado. 

quarta-feira, 16 de maio de 2018

O enfrentamento do golpe

Câmbio - As variações cambiais são determinantes no comércio entre países diferentes e empresas. A atual alta do dólar, por exemplo, é um critério pelo qual o comprador, no mercado internacional, vai levar um volume maior de mercadorias por cada dólar investido. Se isto é aplicado na aquisição de uma empresa como a Petrobrás (ou dos produtos que ela fabrica), a lógica é exatamente a mesma. Com a alta da moeda norte americana, a estatal, e os produtos comercializados por ela, poderão ser adquiridos com uma quantidade menor de dólares. 

Poder econômico - As variações cambiais não acontecem por intervenções mágicas e abstratas de origem desconhecida. São determinadas por interferência direta dos que detém uma grande quantidade de dinheiro. A alta acontece quando há pouca moeda em circulação. Nessas condições, acontece uma espécie de leilão, em que o proprietário da moeda define o comprador conforme a oferta que recebe. A moeda mais forte, neste caso, é trocada por uma quantidade maior de reais, e por uma quantidade maior de mercadorias, ou de ações de uma empresa.

Golpismo - O mercado financeiro só consegue fazer valer suas regras com o uso do autoritarismo, com o emprego de força militar, quando julga necessário. O incentivo insano a guerras e o financiamento de golpes fazem parte, assim, de uma espécie de rotina perversa do capitalismo. O golpe de 2016, no Brasil, observa, rigorosamente, essa lógica. A interrupção brusca do mandato legítimo da presidenta Dilma Roussef e a prisão arbitrária do presidente Lula são partes essenciais do golpe, e se tornaram necessárias para a implantação de medidas supressivas de direitos e para a entrega de riquezas brasileiras ao mercado internacional.

Mobilização - A defesa da soberania nacional será uma motivação importante para a luta pela democracia. A combinação de palavras de ordem pela libertação do presidente Lula, com a mobilização em defesa da Petrobrás e das riquezas brasileiras, será, certamente, fator decisivo para os petroleiros e para todo o povo brasileiro. Mas ainda vai faltar uma motivação específica para os movimentos sociais populares e para os sindicatos de trabalhadores. A mobilização permanente vai depender, sempre, da combinação da luta pela liberdade do presidente Lula com as lutas específicas de cada movimento social.    

segunda-feira, 14 de maio de 2018

A luta contra o golpismo

Democracia - É óbvio que a normalização democrática, com a libertação do presidente Lula e com o restabelecimento do direito de ele concorrer às eleições, é o objetivo mais importante deste momento da conjuntura. A união de figuras públicas, oriundas de projetos políticos diferentes, é um indicador importante de que o conteúdo mais importante das mobilizações em andamento é o restabelecimento da democracia.

Soberania -  Um sinal importante do avanço do golpismo é o desmonte da Petrobrás e as facilidades oferecidas a investidores internacionais para a exploração do petróleo brasileiro. Os golpistas também pretenderam suprimir direitos dos trabalhadores e viabilizar uma completa reforma do aparato estatal, com o objetivo de produzir sucessivos superávits, que servirão, posteriormente, para o pagamento da dívida pública, cujos títulos estão em poder do mercado financeiro.

Limites - Os protestos contra a prisão arbitrária do presidente Lula e a luta unificada pela recomposição da democracia devem ultrapassar os limites do espaço institucional e do calendário eleitoral. Embora exista uma possibilidade real de revogação de medidas supressivas de direitos (em caso de vitória do presidente Lula nas eleições de outubro), se não houver uma forte mobilização popular em defesa dos direitos suprimidos e em defesa da soberania nacional, será muito difícil que a revogação aconteça por decreto presidencial.

Mobilização - O exemplo recente dos servidores municipais de São Paulo deve servir de referência para o enfrentamento com o golpismo nacional. O prefeito fujão da maior cidade do país quis implantar um sistema de previdência municipal específico, que penalizaria o funcionalismo e, teoricamente, economizaria recursos públicos. A mobilização do funcionalismo provocou um recuo da base legislativa do prefeito, e ele ficou sem ter como viabilizar a votação. Se não tivesse ocorrido a movimentação dos servidores, a possibilidade é que tivéssemos tido um pouco mais de uma dezena de votos contra o prefeito tucano. O conteúdo mais importante do enfrentamento com o golpismo, portanto, deve ser a mobilização.     

sexta-feira, 11 de maio de 2018

O conteúdo econômico do golpismo

Petróleo - O lançamento da campanha "O Petróleo é do Brasil", por iniciativa das frentes parlamentares de defesa da Petrobrás e da Soberania Nacional, é um passo importante para combater o desmonte do estado brasileiro, mas o enfrentamento terá mais consequências práticas com a participação efetiva dos movimentos sociais populares, dos sindicatos de trabalhadores e do conjunto da população. 

Intenções -  O objetivo dos golpistas, ao tirar a presidenta Dilma do governo federal e ao prender o presidente Lula, é o de favorecer negócios internacionais com a Petrobrás e com o petróleo brasileiro, em detrimento dos investimentos em políticas públicas de inclusão social e de distribuição de renda. A isenção fiscal a investidores internacionais, uma das medidas do governo sem voto, tem o objetivo de atrair o interesse de grandes empresas, e a consequência óbvia da medida é a desnacionalização da Petrobrás e do petróleo brasileiro.

Mobilização - O parlamento brasileiro, majoritariamente alinhado com os interesses dos grandes capitalistas, pode dar legalidade à ofensiva golpista, e isto só vai ser impedido se houver uma forte mobilização popular em defesa da Petrobrás e do petróleo brasileiro. A campanha "O Petróleo é do Brasil", iniciativa de parlamentares defensores dos interesses das classes populares, deve ter o reforço dos movimentos sociais, com a realização de grandes manifestações em defesa dos interesses do país e da maioria da população brasileira.

Matéria prima - O petróleo é utilizado na fabricação de diversos produtos. A produção industrial, em vários setores, utiliza o petróleo como matéria prima. Especialmente por causa disso, o material tem importância estratégica para a economia brasileira. Um dos objetivos da campanha é a conscientização das pessoas sobre a importância de o Brasil ter o controle sobre todas as suas riquezas, que devem estar vinculadas, sempre, com políticas públicas de inclusão social e de distribuição de renda.


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quinta-feira, 10 de maio de 2018

Companheiros

Conversa - O que dominou o papo com um companheiro a quem eu não via há algum tempo foi a óbvia revolta contra a prisão injusta e arbitrária do presidente Lula e a reflexão sobre como agirmos nessa conjuntura. Ele identificou a exposição de antipetistas, antes envergonhados e de defensores do presidente Lula, que nem sempre podiam se expor, mas que são firmes quando se referem à injustiça da prisão arbitrária e sem provas.

Visão - Verificou, alegre, que a situação é favorável ao presidente Lula, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto para presidente da república, o que torna muito provável que ele seja eleito para um novo mandato. Na avaliação do meu amigo, a influência de Lula ultrapassa as fronteiras do Brasil, podendo chegar a decidir sobre os rumos da política internacional. 

Boulos - Na conversa também falamos sobre a entrevista do candidato do PSOL no programa Roda Viva, da TV Cultura. Ele destacou o momento que Boulos negou ser "herdeiro" do presidente Lula, ao afirmar que "podemos ser herdeiros dos que morrem, e Lula está vivo e é candidato a presidente".

Oportunismo - Ele se referiu, sem entender direito, a mandatários eletivos que tem um número de votos muito grande na região do Grajaú, sem ter qualquer ligação mais orgânica com os bairros daqui. Confesso que também não entendo (ou não aceito) o fato de que figuras públicas tenham adquirido legitimidade política a partir de votações expressivas em bairros da periferia.

Seletividade - Outro aspecto em que pensamos da mesma forma se refere a denúncias e condenações de casos de corrupção. Eu chamo isso de seletividade antipetista. Ele não dá um nome exato para o fato, mas se revolta quando constata que a impunidade é uma regra de ouro quando os acusados são tucanos. O desvio de dinheiro da merenda escolar, por exemplo, ainda não teve nenhuma punição.

Lutadores - O encontro ajudou a lembrar do compromisso de reunir militantes de uma época passada, para romper com o costume que tem feito com que a gente se encontre somente em velórios e sepultamentos. Companheiros e companheiras precisam achar um jeito de se encontrar, fora da rotina triste dos cemitérios e crematórios.       

O noticiário da tragédia e a solidariedade

Consequência - A tragédia, ocorrida no centro da cidade de São Paulo, mostra uma realidade estarrecedora (e revoltante) sobre o déficit habitacional na maior cidade do país. Existem imóveis sem uso algum e, ao mesmo tempo, tem muita gente sem ter onde morar. O incêndio e desabamento do prédio da rua Antonio de Godói é a consequência desastrosa de uma lógica que privilegia a especulação imobiliária e despreza as pessoas.

Mídia I - Os grandes veículos de comunicação destacam o aspecto trágico do episódio. O sensacionalismo do noticiário, desgraçadamente, não tem o objetivo humanitário de denunciar condições sub-humanas de habitação, mas pretende, ao mostrar isso, reforçar o discurso oficial em defesa da desocupação imediata de mais de setenta edifícios. A mídia tradicional quer eliminar as péssimas condições de moradia, combatendo os moradores de prédios ocupados no centro da maior cidade do país.

Mídia II - Em outra parte da intervenção midiática, também em concordância com as autoridades, há uma tentativa mal disfarçada de criminalizar os movimentos sociais de moradia. Na divulgação de notícias sobre as investigações da tragédia, o maior destaque dos grandes veículos de comunicação é sempre sobre as lideranças da ocupação. As notícias, divulgadas na mídia tradicional, pretendem poupar as autoridades do município e do estado e, ao mesmo tempo, têm a intenção de disseminar a desconfiança dos integrantes da ocupação em relação às lideranças do movimento de moradia.

Solidariedade I - Apesar do comportamento condenável da mídia tradicional, há fatos positivos que devem ser destacados. A solidariedade da população paulistana com as vítimas da tragédia é notável. O volume de doações de roupas e alimentos é tão grande que o local de armazenamento, inicialmente a Igreja do Rosário dos Homens Pretos (no Largo do Paissandu), não deu conta de guardar as doações, que tiveram que ser enviadas para outro local. 

Solidariedade II - Ao lado do prédio que caiu se localiza a sede da Paróquia Centro da Igreja Luterana de São Paulo. A pedido do cardeal Dom Odilo Sherer, arcebispo da arquidiocese de São Paulo, foram iniciados contatos com lideranças luteranas para colocar algum templo católico à disposição da celebração de cultos, enquanto o templo da Igreja Luterana não for reconstruído.

Manifestação - Diferentemente da divulgação midiática, na contramão dos interesses de algumas autoridades públicas e para combater a especulação imobiliária, integrantes de diversos movimentos de moradia realizaram, nesta quarta feira, manifestação em defesa dos interesses dos desabrigados e a favor dos movimentos de moradia. O objetivo é pressionar as autoridades por mais rapidez na liberação de verbas para a construção de casas populares e protestar contra a criminalização dos movimentos de moradia e das ocupações.

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Espetáculos - Sempre gostei de ir a estádios de futebol. As torcidas sempre me fascinaram. Mais do que as disputas das partidas, as cenas d...